Tales Faria

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Reportagem

Corte de gastos: pacote tem apoio do centrão, deve ser mexido, mas aprovado

O centrão adotou o pacote de corte de gastos do governo. É evidente que o texto enviado pelo governo ao Congresso sofrerá alterações.

Mas a proposta de corte de gastos, em linhas gerais, já conta com o apoio dos maiores partidos do centrão: o PP, o União Brasil, o Republicanos, o PSD e o União Brasil.

Junto com os partidos de centro-esquerda e de esquerda (se é que posso chamar assim), como PT, PDT, PSB, etc., já há número mais do que suficiente para a aprovação do pacote ainda neste ano.

Até o senador Ciro Nogueira, que foi ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, me disse que aprovará o pacote de cortes. Ele disse, textualmente: "O que eu puder ajudar para aprovar, eu vou fazer".

Ciro é presidente nacional do PP, um dos maiores partidos do centrão, ao qual se filia o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL).

O presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, tem dito que é a favor até dos cortes nas emendas parlamentares. Alguns líderes do centrão na Câmara chegaram, inclusive, a discutir a possibilidade de assinar o projeto do governo como coautores.

Mas Republicanos, MDB e PP resolveram não seguir essa estratégia para não causar descontentamentos entre seus deputados mais resistentes.

Do lado do governo, o ministro Fernando Haddad já avisou aos líderes que está aberto a alterações. Ele cobra apenas que seja mantido o corte de cerca de R$ 70 bilhões somando 2025 e 2026.

Técnicos da Fazenda falam que o corte pode chegar a R$ 327 bilhões até 2030, se for mantido na forma como enviado pelo governo.

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Mas há resistências pontuais importantes.

A primeira delas foi no meio militar. Tanto que a Proposta de Emenda Constitucional enviada pelo governo incluiu mudanças no teto de remuneração do serviço público, com o objetivo de combater os chamados "supersalários", mas deixou de fora as regras de Previdência dos militares.

A negociação com a caserna obrigou o governo a preparar um projeto de lei separado, que será enviado, talvez, até o final da semana.

Na hora de ver o que entra e o que sai, claro, os lobbies vão falar mais alto.

A questão da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 mexeu com o mercado e, consequentemente, com lobbies poderosos no Congresso, especialmente porque a contrapartida seria aumentar a taxação sobre quem ganha acima de R$ 50 mil. Mas isso os líderes deixaram para discutir no ano que vem.

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

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Veja abaixo o programa na íntegra:

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7 comentários

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Osmar Pavani Peres

Realmente , não podemos chamá-los assim porque não temos partido de esquerda. Essa nomenclatura foi adotada pela extrema direita aonde qualquer manifestação progressista é taxada de comunista  Muito bom que o pacote pode ser aprovado  Parabens aos "partidos de esquerda".

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Jose Fabiano Coelho Apitandeira

Mas o MERCADO sempre foi NEURÓTICO mesmo porque representa todos os interesses dos investidores de todos os tipos. O DÓLAR sempre também funcionou assim, uma hora é RECORD de alta, outra hora é RECORD de baixa, tendo a se estabilizar. A esta altura do campeonato não pode ninguém ficar de fora, especialmente os militares, cuja previdência responde por boa FATIA do DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO, especialmente pelos GENEROSOS BENEFÍCIOS QUE DETÉM. Contudo, não há outra saída porque é para o bem deles mesmo, porque daqui a pouco não vai ter dinheiro para pagar tantas GENEROSIDADES, principalmente porque a população ENVELHECEU e já não mais ativos suficentes para BANCAR as aposentadorias.

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Paulo Cesar de Amorim Bezerra

E o dólar, e seus reféns da moeda... CONTINUAM ZANGADOS!

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