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Thiago Herdy

REPORTAGEM

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Em resposta a Caetano, Ciro diz ser necessário embate com Lula

Caetano Veloso e Ciro Gomes, em fotografia registrada em setembro de 2018 - Reprodução/Facebook Caetano Veloso
Caetano Veloso e Ciro Gomes, em fotografia registrada em setembro de 2018 Imagem: Reprodução/Facebook Caetano Veloso

Colunista do UOL

17/11/2021 04h00

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Ex-ministro da Integração Nacional no governo Lula e pré-candidato à Presidência da República pelo PDT em 2022, provavelmente contra o petista, Ciro Gomes escala a cada dia na artilharia contra o ex-aliado. Dia sim, dia não, chama Lula de "o maior corruptor da história moderna brasileira", que nada teria aprendido com a Lava-Jato e que, para ele, vive da promessa de volta a um "passado idílico que é mentira".

Apoiador da candidatura de Ciro à Presidência em 2018, o músico e compositor Caetano Veloso reclamou do tom do amigo durante entrevistas por ocasião do lançamento de seu novo álbum, "Meu Coco", no último mês. À Folha, disse não considerar a estratégia "eficaz como ele e talvez o João Santana (atual marqueteiro de Ciro) pensem".

Na entrevista, Caetano declarou afeto por Lula, chamando a atenção para o que chamou de "beleza nessa manifestação da maioria do povo brasileiro de querer reelegê-lo", numa referência às pesquisas que colocam o ex-presidente na liderança a pouco menos de um ano das eleições presidenciais.

Mas também ponderou não considerar eventual vitória de Lula o que de melhor poderia acontecer ao país. "Há um pouco de volta ao passado, eu gostaria que o Brasil desse passos para a frente. O próprio Lula, o próprio PT poderia ter outra atitude", disse.

Diante do puxão de orelha do aliado e amigo, Ciro permaneceu em silêncio, mas só até aqui. Por meio da coluna, o pedetista apresenta sua resposta ao compositor. Para ele, o embate com Lula é necessário:

"Tudo que Caetano fala, pensa e expressa, eu presto atenção, processo com todo carinho, respeito e amor. É evidente que minha ponderação é de que eu não faço isso por nenhum tipo de prazer. Ele sabe que eu faço política por amor, por paixão, não faço política por ódio nem para destruir ninguém."

Ciro completa:

"Mas eu entendo que essa fricção [com Lula] neste momento é necessária. E para uma pessoa como o Caetano, com a sensibilidade que ele tem, é difícil conviver com essa fricção. Portanto, ele tem razão".