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Vicente Toledo

Biden cresce a conta-gotas e ameaça liderança de Trump na Pensilvânia

Joe Biden, candidato democrata à presidência dos EUA, vai pouco a pouco se aproximando de Trump em estado que pode definir as eleições - Drew Angerer/Getty Images
Joe Biden, candidato democrata à presidência dos EUA, vai pouco a pouco se aproximando de Trump em estado que pode definir as eleições Imagem: Drew Angerer/Getty Images

Colunista do UOL

05/11/2020 18h52

Precisando de apenas 17 votos no Colégio Eleitoral para ser eleito presidente dos Estados Unidos (EUA), o democrata Joe Biden vem crescendo a conta-gotas nesta quinta-feira na apuração dos votos na Pensilvânia, estado que garante 20 votos ao vencedor e vinha sendo um dos mais atrasados da eleição encerrada na terça-feira (3). Desde ontem, lentamente o espaço entre ele e Trump veio se estreitando.

Graças a uma recente atualização na contagem dos condados de Filadélfia e Erie, a vantagem de Trump no placar parcial caiu para menos de 100 mil votos com 92% dos resultados apurados. Segundo a secretária de estado da Pensilvânia, Kathy Boockvar, cerca de 500 mil votos ainda faltavam ser contabilizados. Trump pediu a suspensão da contagem de votos na Filadélfia.

A disputa na Pensilvânia começou com Joe Biden liderando com boa vantagem no início da apuração, parecendo confirmar a previsão das pesquisas de opinião. Mas Trump virou o jogo quando cerca de um quarto dos votos já haviam sido contabilizados e chegou a abrir vantagem de mais de 10 pontos percentuais na noite da eleição. Mas Biden vem recuperando terreno aos poucos e ensaiando uma virada na reta final.

O estado, de população majoritariamente branca, é novamente decisivo para a escolha do presidente americano, já que foi um dos principais responsáveis por levar o republicano Trump à Casa Branca em 2016. E, assim como há quatro anos, está dividido entre republicanos em áreas rurais e democratas em grandes cidades e subúrbios.

A principal diferença em relação à última eleição é o volume recorde de votos pelo correio, impulsionados pela pandemia do coronavírus, que vêm causando enorme atraso na divulgação dos resultados.

Entre os votos que ainda faltam ser contabilizados na Pensilvânia, a expectativa é de que a grande maioria favoreça Biden, que até o momento levou 80% dos votos pelo correio no estado.

Vitória pode vir pelo correio

Se confirmar essa tendência e a virada na eleição do estado, Joe Biden somará 273 votos no Colégio Eleitoral e será eleito o novo presidente dos EUA. Boockvar afirmou esperar que o vencedor no estado seja conhecido ainda nesta quinta, mas a apuração só deverá se encerrar na noite de sexta-feira.

Isso porque mais de 35 mil votos no condado de Allegneny, onde Biden está vencendo por uma vantagem de 19 pontos percentuais, não serão contados nesta quinta por causa de leis e decisões judiciais.

A maioria deles pertence a pessoas que tiveram suas cédulas enviadas erroneamente para outras pessoas e receberam novas cédulas pouco antes da eleição. Seus votos terão que ser checados manualmente para evitar duplicidade, mas um tribunal federal ordenou que isso só aconteça depois das 17 horas de sexta-feira.

O presidente Trump, como já era esperado desde antes da eleição, vem contestando a validade de votos enviados pelo correio e recorreu à Justiça para parar a contagem dos votos na Filadélfia, alegando que seus observadores foram impedidos de acompanhar a apuração.

Nesta quinta-feira, a campanha do republicano já conseguiu uma pequena vitória nos tribunais, ganhando o direito de seus observadores acompanharem mais de perto a contagem dos votos no condado da Filadélfia, reduto democrata onde fica a capital do estado.