Pesquisas trazem boas notícias para Trump, mas não dão sinais de arrancada
O presidente americano Donald Trump conseguiu neste fim de semana um de seus melhores resultados em uma pesquisa de intenção de voto nesta reta final da campanha à reeleição.
Apareceu à frente o democrata Joe Biden por 48% a 41% em Iowa, após meses de disputa acirrada no estado (margem de erro de 3.4 pontos percentuais). Em junho e setembro, os candidatos estavam tecnicamente empatados, com placar de 47% a 47% no levantamento anterior.
A pesquisa, conduzida pela Selzer & Company em parceria com o jornal "Des Moines Register", foi uma das poucas a mostrar algum sinal de reação de Donald Trump faltando três dias para a eleição.
Além disso, os números divulgados neste sábado mostram que o presidente reagiu principalmente entre eleitores independentes (49% a 35%), algo que ele não tem conseguido em outras regiões do país. E ainda conseguiu reduzir a vantagem de Joe Biden entre as mulheres, caindo de 20 pontos percentuais em setembro para apenas 9 no último levantamento.
Há quatro anos, o instituto de pesquisa de Iowa foi um dos primeiros e raros a prever com precisão a virada de Donald Trump sobre Hillary Clinton. Sua última pesquisa antes da eleição de 2016 apontava o republicano com 7 pontos percentuais de vantagem - Trump acabou vencendo o estado por 9 pontos.
A notícia é boa para a campanha do presidente, mas tem impacto reduzido na corrida pela Casa Branca. Apesar de ser considerado um "swing state", estado onde a eleição é acirrada, Iowa tem eleitorado com perfil demográfico favorável a Trump e não havia expectativa de uma disputa competitiva pelos 6 votos no Colégio Eleitoral.
Outro resultado animador para os republicanos, este com mais sérias implicações na corrida pela presidência, veio da Flórida. Pesquisa divulgada neste domingo pela rede "ABC News" e o jornal "The Washington Post" mostrou Donald Trump à frente de Joe Biden por 50% a 48%, embora dentro da margem de erro. Melhor ainda para o presidente foi o aumento de 4 pontos percentuais em sua aprovação entre eleitores registrados no estado (51%).
Trump precisa dos 29 votos da Flórida no Colégio Eleitoral, caso contrário suas chances de alcançar os 270 que garantem a presidência ficam muito reduzidas. Em 2016, ele venceu Hillary Clinton no estado por pouco mais de um ponto percentual dos votos.
Mas apesar desses dois bons resultados, a grande maioria das pesquisas não mostra sinais de reação de Donald Trump nos últimos dias da campanha. Também neste domingo, por exemplo, a pesquisa da "ABC News" e do "The Washington Post" mostrou Biden vencendo Trump por 51% a 44% na Pensilvânia (margem de erro de 4 pontos percentuais).
Na média das pesquisas calculada pelo site "Real Clear Politics", Biden tem 4.1 pontos percentuais de vantagem na Pensilvânia, 7.3 em Michigan e 5.7 em Wisconsin. Se confirmar a vitória nesses três estados, todos vencidos por Trump em 2016, Biden poderá conquistar a presidência mesmo perdendo em Iowa e Flórida.
Pesquisas com eleitores indecisos também não indicam mudanças drásticas nos rumos da eleição nos três últimos dias. Levantamento do jornal "The New York Times" e do Siena College divulgado na semana passada mostrou que apenas 9% dos eleitores ainda estavam indecisos ou pretendiam votar em outro candidato que não Biden ou Trump - há quatro anos, esse número era de 20%. E entre esses eleitores indecisos, a maioria disse ter opinião desfavorável sobre Trump (54%), o que pode limitar bastante suas chances de crescimento.
Também não ajuda as perspectivas de virada de Trump o fato de que mais de 91 milhões de americanos já votaram na eleição, que se encerra na terça-feira, dia 3 de novembro. Recorde histórico, esse número representa 43% do total de eleitores registrados no país e mais de dois terços (67%) do total de votos registrados na eleição de 2016 (136.5 milhões).
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