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PT erra ao citar que clã Bolsonaro pagou R$ 25 mi em dinheiro vivo

13.set.2022 - Propaganda eleitoral de Lula cita compra de imóveis pela família Bolsonaro com dinheiro vivo - Arte/UOL Confere sobre Reprodução/YouTube
13.set.2022 - Propaganda eleitoral de Lula cita compra de imóveis pela família Bolsonaro com dinheiro vivo Imagem: Arte/UOL Confere sobre Reprodução/YouTube

Thiago Herdy e Graciliano Rocha

Colunistas do UOL

13/09/2022 21h07

A propaganda do PT sobre o uso de dinheiro vivo para compra de imóveis pela família Bolsonaro erra ao citar de forma imprecisa um número referente às transações reveladas pelo UOLem 30 de agosto. Diferentemente do que dá a entender a peça, a família Bolsonaro não pagou R$ 25,6 milhões em dinheiro vivo —em valores atualizados —para a compra de imóveis. Na verdade, este número corresponde ao valor do total das transações de imóveis com uso total ou em parte de dinheiro vivo, com correção monetária.

Conforme as escrituras, os 51 imóveis custaram, em valores da época, R$ 13,5 milhões. A parte apenas em dinheiro vivo destas transações é de pelo menos R$ 5,7 milhões, ainda em valores da época. Se corrigidos pelo IPCA a partir da data da compra de cada imóvel, os valores equivalem a R$ 11,1 milhões apenas em dinheiro vivo de um valor total de R$ 25,6 milhões dos imóveis.

O que diz a peça de campanha? O vídeo mostra imagens de três imóveis e o locutor afirma que fazem parte dos "107 imóveis comprados pela família Bolsonaro desde sua entrada na política". Em seguida, o narrador diz: "A investigação da imprensa revelou outro escândalo: 51 desses imóveis foram pagos em dinheiro vivo no valor atualizado de R$ 25 milhões" —o que é impreciso.

Entenda

Na verdade, o que a reportagem do UOL afirma é que o valor dos imóveis em que houve pagamento parcial ou total em dinheiro vivo equivale a R$ 13,5 milhões - R$ 25,6 milhões em valores corrigidos. Como informa a reportagem, nem todos os 51 imóveis onde foram identificados pagamentos com cédulas de real foram integralmente quitados dessa forma.

Quanto foi pago em dinheiro vivo? Com base em documentos do Ministério Público, pesquisas em cartórios e entrevistas com vendedores de imóveis, há evidências de que o total pago em dinheiro é de pelo menos R$ 5,7 milhões desde os anos 1990 (R$ 11,1 milhões com correção monetária). O valor leva em conta as aquisições feitas pelo presidente, suas ex-mulheres e seus filhos no Rio e em Brasília, além de irmãos e mãe no interior de São Paulo.

Núcleo familiar: R$ 1,6 milhão. Se considerado o valor pago no momento do registro dos imóveis, compras realizadas pelo núcleo do presidente, seus filhos e ex-mulheres totalizam R$ 9,4 milhões, dos quais R$ 1,62 milhão (17,28% do deste grupo de propriedades) foram pagos em dinheiro vivo. Corrigido pelo IPCA a partir da data da compra, este conjunto de 27 imóveis teria valor total de R$ 18,5 milhões e a parte em dinheiro vivo, corrigida, seria de R$ 4,7 milhões.

Núcleo paulista: R$ 4,1 milhões. No ramo paulista, há evidências do uso de dinheiro vivo em 24 imóveis, totalizando R$ 4,1 milhões (R$ 6,48 milhões, corrigidos), conforme os documentos públicos consultados e vendedores de imóveis ouvidos pela reportagem.

A conta, no entanto, subestima pagamentos em dinheiro que foram identificados pelo Ministério Público, mas não devidamente quantificados dentro de algumas transações. Das 107 transações realizadas pela família desde a década de 1990, em 26 não foi possível identificar a forma de pagamento e não entraram no cálculo feito pela reportagem do UOL.

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