Governo Bolsonaro não criou 140 mil empregos em 2020; dado foi revisado
Um post que circula nas redes sociais tira de contexto uma declaração em que o ministro da Economia durante o governo Bolsonaro, Paulo Guedes, anuncia a criação de 140 mil empregos em 2020. Guedes realmente fez o anúncio, em março de 2021, tendo como referência números divulgados em janeiro pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Os números, porém, foram revisados em novembro do mesmo ano e apontaram uma perda de 191,5 mil empregos formais no período.
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O que diz a publicação. Uma imagem compartilhada no Instagram repete os números antigos —que já foram revisados— como se fossem atuais. O post mostra uma declaração de Guedes: "Nós criamos 140 mil empregos num ano que houve a maior tragédia que atingiu a economia brasileira". Sobre a imagem, há o seguinte texto: "Culpa do Bolsonaro e Guedes". A imagem tem um logo da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e foi compartilhada pela atriz Regina Duarte, ex-secretária especial de Cultura.
De fato, o ex-ministro afirmou em entrevista coletiva o saldo de 140 mil empregos. No entanto, a declaração feita em março de 2021 levou em consideração o primeiro balanço do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostrava uma abertura de 142.690 vagas de emprego com carteira assinada —antes da correção. A fala foi reproduzida no Twitter pelo perfil do Ministério da Economia. Veja:
As revisões, no entanto, mostraram números bem abaixo do anunciado. Houve duas em novembro. A primeira, no dia 3, reduziu quase à metade o número de vagas geradas (veja aqui), baixando a 75.883. A segunda, do dia 30 do mesmo mês, apontou o fechamento de 191.502 vagas. O cálculo é feito a partir da diferença entre admissões e desligamentos.
Atualmente, o Painel de Informações do novo Caged apresenta um saldo negativo de 192.660 para 2020 (confira aqui).
À época, o Ministério do Trabalho explicou ao UOL que as revisões nos dados do Caged eram naturais, "ainda mais em contextos de transição ou situações atípicas como a de uma pandemia". O órgão também disse que os novos números eram resultado da inclusão de dados sobre admissões e demissões fora de prazo, exclusão de dados por parte das empresas e adequação na consolidação dos dados do eSocial (acesse aqui e aqui).
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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