Bruno, Bola e Macarrão poderão receber visita assistida a partir deste domingo
A secretaria de Defesa Social de Minas Gerais informou neste sábado (31) que o goleiro Bruno Fernandes de Souza, seu amigo e funcionário Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Paulista, poderão receber a partir deste domingo (1) visitas assistidas. Os três estão presos na na penitenciária de segurança máxima Nélson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, acusados de envolvimento no desaparecimento da ex-namorada de Bruno, Eliza Samudio.
As visitas de parentes cadastrados serão acompanhadas o tempo todo por profissionais do presídio. A equipe, segundo a secretaria, pode ser composta por agentes penitenciários, psicólogos da prisão e assistentes sociais. As visitas privadas para os acusados começam a valer a partir do próximo fim de semana.
Uma avó e um tio se cadastraram para visitar Bruno. Para Macarrão, foram cadastrados o avô, o pai, a mãe e uma tia. Devem visitar Bola, a mulher dele, um irmão e três filhos.
O inquérito sobre o caso foi concluído ontem (29). No final das investigações, Bruno foi indiciado por homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.
Também foram indiciados pelos mesmos crimes os demais envolvidos: Macarrão, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza (Coxinha), Dayane Rodriques do Carmo Souza (mulher de Bruno), Elenilson Vitor da Silva, Sérgio Rosa Sales (Camelo, primo de Bruno) e Fernanda Gomes de Castro (amante de Bruno).
O ex-policial Bola foi indiciado por homicídio qualificado (motivo torpe, utilização de meio cruel e recurso que dificulta a defesa da vítima), formação de quadrilha e ocultação de cadáver.
Dos nove indiciados, oito estão presos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria. Fernanda é a única que está em liberdade.
O delegado Edson Moreira, responsável pela investigação do desaparecimento de Eliza Samudio, afirmou em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira que a moça foi sequestrada e morta em um esquema premeditado que envolveu todos os indiciados pelo crime.
Segundo o delegado, a gravidez de Eliza, em meados de 2009, e a consequente pressão da moça para fazer Bruno assumir a criança teria "despertado" a ira do atleta, fazendo-o planejar sua morte. No final do ano passado, Eliza denunciou à polícia do Rio que foi agredida pelo jogador.
O plano para executar a vítima teria começado a ser delineado em maio de 2010, quando Bruno reconquistou a confiança de Eliza e a fez ir para um hotel no Rio de Janeiro --local onde teria se dado o início do sequestro. O plano foi executado em junho porque Bruno estava de folga.
O corpo de Eliza não foi encontrado, mas, segundo Moreira, há materialidade indireta do crime. Segundo o delegado, o primeiro depoimento do menor J., primo de Bruno, foi comprovado cientificamente, apesar de ele ter mudado de versão posteriormente. O menor foi a principal fonte de informação da polícia, detalhando desde o momento do sequestro até a suposta morte de Eliza. Segundo o delegado, peritos foram consultados e comprovaram que uma asfixia poderia ocorrer da forma descrita pelo menor. "Um leigo não saberia detalhar com exatidão uma asfixia", disse Moreira.
O promotor Gustavo Fantini tem até o dia 6 de agosto (sexta-feira da semana que vem) para dar seu parecer aceitando ou rejeitando a denúncia, ou até pedindo novas diligências, se julgar necessário.
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