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Cabral diz que Defesa e Marinha cederão equipamentos para conter onda de violência no RJ

Polícia faz operação na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro; veja mais imagens - Sérgio Moraes/Reuters
Polícia faz operação na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro; veja mais imagens Imagem: Sérgio Moraes/Reuters

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

24/11/2010 20h42Atualizada em 24/11/2010 21h44

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse em entrevista na noite desta quarta-feira (24) ao Jornal Nacional, da TV Globo, que solicitou "apoio logístico" ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Segundo ele, o governo estadual já recebeu "um fax" com uma resposta positiva das autoridades federais. "Solicitamos apoio logístico ao Jobim e à Marinha para o combate", disse o governador, que explicou que a ajuda virá em "equipamentos".

Na entrevista, concedida ao vivo, Cabral tentou acalmar a população. "Posso garantir que estamos atentos. (Os bandidos) estão perdendo território, vendo o enfraquecimento territorial e de negócios. Vamos continuar a política de retomada", afirmou ele, anunciando a confirmação da instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro dos Macacos, nos próximos dias.

Onda de violência
A polícia entrou em 28 comunidades nesta quarta-feira (24) para combater a onda de violência que atinge o Rio de Janeiro desde o último domingo, segundo balanço da Polícia Militar. Ao todo, 31 pessoas foram presas hoje, de acordo com a Polícia Militar. Desde segunda-feira são 112 detidos e 47 presos.

Quinze suspeitos foram mortos durante os conflitos com a PM somente nesta quarta. Na segunda-feira foram outros três mortos e na terça-feira, cinco, totalizando 23 mortos desde o começo da semana.

Hoje, oito mortes ocorreram no município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense; três na favela Faz-quem-quer, que fica em Rocha Miranda, na zona norte da capital; uma morte na comunidade Tuiuti, em São Cristovão; outra no Jardim Roma, em Mesquita; e uma na comunidade do Jacaré, no Méier. O local da última morte não foi divulgado.

Foram apreendidas 17 armas, entre pistolas e revólveres, 9 fuzis, uma espingarda, uma submetralhadora, uma granada, duas bombas caseiras e grande quantidade de droga, sendo que o Bope apreendeu cerca de 1 tonelada de maconha na Vila Cruzeiro.

Sobre os ataques sofridos desde o último domingo, foram 35 veículos incendiados –apenas hoje foram 14 carros, uma van, sete ônibus e um caminhão.

Houve registro de incêndios em Cabo Frio, na região dos Lagos. “Temos uma determinada localidade [em Cabo Frio] que pertence a mesma facção que está fazendo este mesmo tipo de ataque na capital”, disse Lima Castro.

A polícia investiga se os ataques estão sendo orquestrados pelas facções criminosas Comando Vermelho e ADA (Amigos dos Amigos). “Em tese, as ordens são do Comando Vermelho", disse ontem o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.

Operações

Uma determinação do comandante geral da PM, Mário Sérgio Duarte, obriga todos os policiais de folga a retornar para seus batalhões, enquanto que os colegas que já estão trabalhando não poderão voltar para casa até segunda ordem.

De acordo com Lima Castro, o local onde a polícia encontra atualmente mais dificuldade é a região da Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio.

Ontem, com a Operação Fecha Quartel, 1.200 policias militares deixaram de fazer serviços burocráticos para ajudarem no policiamento das ruas. Outras medidas adotadas foram a criação do Centro de Inteligência, no 22ºBPM (Maré), para monitoramento de todas as ações, e a entrada em circulação de mais de 300 novas motos para reforçar o patrulhamento.

*Com colaboração de Daniel Milazzo, no Rio de Janeiro