Ministério Público diz que tenente-coronel mandou matar ex-secretário da Saúde de Porto Alegre
O Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou, na noite dessa segunda-feira (16), denúncia contra mais dois suspeitos de participarem na morte do ex-secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos. O tenente-coronel da Brigada Militar, Aroldo Veriano da Silva, é apontado como um dos mandantes do crime, enquanto o preso Adelino Ribeiro da Silveira, intermediário entre ele e o assassino.
No mês passado, Silveira procurou o MP e informou que teria sido colocado Veriano em contato com Eliseu Pompeu Gomes, acusado de matar o secretário na saída de um culto religioso, no bairro Floresta, em 26 de fevereiro de 2010. De acordo com a testemunha, o tenente-coronel é sócio da empresa de segurança Reação, cujo contrato com a secretaria da Saúde foi rompido na gestão de Eliseu.
Silveira, que está preso e possui antecedentes por estelionato, relatou ter repassado R$ 15 mil aos matadores. Outra parcela igual teria sido entregue após o assassinato. Em seus depoimentos, ele afirmou ter sido ameaçado após as denúncias. O denunciante está no Presídio Central de Porto Alegre, em uma cela isolada. Já o tenente-coronel Veriano está de férias e incomunicável. Atualmente, treze denunciados como envolvidos na morte de Eliseu Santos estão soltos.
Entenda o caso
Eliseu Santos (PTB), que ocupava o cargo de secretário da Saúde de Porto Alegre, foi morto em 26 de fevereiro de 2010, em frente à mulher e à filha pequena, no que foi tratado inicialmente pela polícia como uma tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). Dias depois, o MP apresentou resultados de uma investigação própria que apontava que o assassinato havia sido encomendado.
Segundo os promotores, houve um complô para matar o secretário. No dia 1º de abril de 2010 foram indiciados os ex-PMs Jorge Renato Hordoff Mello e Marcelo Machado Pio, donos da empresa de segurança privada Reação, que fazia a segurança de postos de saúde de Porto Alegre. O contrato com a prefeitura de Porto Alegre foi rompido na gestão de Eliseu, o que gerou um prejuízo de 1 milhão de reais à Reação.
O MP também indiciou o servidor municipal Marco Antônio de Souza Bernardes, apontado como elo entre a Reação e a secretaria municipal da Saúde. Conforme os promotores, ele tentava cobrar propina da empresa a renovação dos contratos.
Quem já estava preso pela polícia era Eliseu Pompeu Gomes e Fernando Treib Kroll, apontados como autores dos disparos contra o ex-secretário.
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