Falha em refrigeração causou acidentes em petroquímica de Alagoas; seis estão internados
Seis pessoas continuam internadas nesta terça-feira (24) em hospitais de Maceió, vítimas dos acidentes ocorridos no sábado (21) e segunda-feira (23), na Unidade de Cloro Soda da Braskem em Alagoas. A petroquímica informou que as vítimas foram transferidas do Hospital Geral do Estado para o hospital particular Memorial Arthur Ramos. O estado de saúde dos internados não foi divulgado.
Hoje, o Instituto de Meio Ambiente (IMA) de Alagoas informou que os rompimentos da tubulação da Braskem foram causados por falha no processo de resfriamento por onde passa o cloro-soda. Segundo o presidente do IMA, Adriano Augusto de Araújo, o órgão determinou que a empresa explique as causas das falhas até sexta-feira (27). O Ministério Público Federal (MPF), a Câmara de Vereadores de Maceió e a Polícia Civil PC também investigam o caso.
A Braskem disse que a Unidade de Cloro Soda de Maceió continua com as atividades paralisadas até que sejam descobertas as causas dos acidentes.
Vítimas hospitalizadas
Em nota, a Braskem lamentou os acidentes ocorridos e informou que está prestando atendimento às vítimas e seus familiares. De acordo com a empresa, das seis pessoas internadas, quatro são trabalhadores da prestadora de serviço Mills, acidentados na segunda-feira. Seguem internados também um funcionário da petroquímica e uma pessoa da comunidade vítimas do vazamento de cloro ocorrido no sábado. Apenas uma pessoa recebeu alta.
“Cinco trabalhadores da Mills, atingidos no início da manhã de hoje pelo rompimento de uma tubulação quando preparavam uma inspeção para identificação das causas do primeiro evento, receberam atendimento médico no Hospital Geral do Estado. Um deles foi liberado ainda pela manhã e os demais continuam sob cuidados médicos. Um integrante da Braskem e uma pessoa da comunidade envolvidas no primeiro evento estão hospitalizados e recebendo todo suporte da empresa”, diz o texto, divulgado ontem.
Em contato com a reportagem do UOL Notícias, o gerente de relações institucionais da Braskem, Milton Pradines, negou que tenha havido explosão nos dois acidentes, ocorridos nesta segunda-feira e no sábado. Ele explicou que “houve apenas deslocamentos de ar, com bastante intensidade, após os rompimentos da tubulação”. “Os trabalhadores atingidos estavam em solo, não estavam em cima de andaimes. Eles ainda montavam a estrutura no chão quando foram atingidos por estilhaços e deslocados pelo chão pela pressão do ar que saiu da tubulação após o rompimento. Não houve vazamento de cloro porque a produção está parada”, disse.
Prazo
O Instituto de Meio Ambiente (IMA) de Alagoas determinou, nesta terça-feira, o prazo de três dias para que a Braskem apresente ao órgão as causas que determinaram os acidentes ocorridos na unidade.
De acordo com o presidente do IMA, Adriano Augusto de Araújo, a Braskem foi intimada depois que uma inspeção técnica realizada pelo instituto constatou falha no processo de resfriamento do cloro em estado gasoso para o líquido. “Não ainda sabemos se houve falha humana ou mecânica. Mas, a empresa terá até sexta-feira para explicar o que aconteceu e nos apresentar um plano de prevenção para novos acidentes. A área é extremamente perigosa e mesmo com um alto grau de cuidados específicos há riscos de acidentes. Pequenos ou de grandes proporções, o risco existe”, disse.
O Instituto aguarda a entrega do relatório da Braskem para analisar as provas colhidas pelos técnicos do órgão para autuar a empresa e estipular a multa pelos acidentes. “Vamos punir a Braskem como determina a lei, de acordo com os danos causados às pessoas e ao meio ambiente”, informou o presidente do IMA.
O IMA descartou a possibilidade de que o vazamento de cloro tenha atingido a flora do Cinturão Verde, existente entorno da Braskem, além das águas da lagoa Mundaú. “Foram cerca de 15 minutos de vazamento, tempo considerado pequeno para haver uma catástrofe, não afetou a vegetação, nem os animais que vivem próximos ao Braskem. Como o cloro foi dissipado em estado de gás não atingiu as águas da lagoa, apenas o ar, inalado pelos moradores vizinhos à indústria”, explicou o presidente do IMA.
O órgão informa ainda que a população do bairro do Mutange, onde estão instalados outros equipamentos da Braskem, deve ficar tranquila, pois não há riscos de acidentes no local. “Lá são feitas coletas de salmora da lagoa. É um processo simples, sem riscos para a população”, diz Araújo.
Câmara
Uma comissão da Câmara de Vereadores de Maceió vem acompanhando o caso e desde o domingo vem prestando apoio às vítimas dos acidentes e seus familiares. Os vereadores programaram para sexta-feira (27) uma diligência técnica na Unidade da Braskem para inspecionar o local onde ocorreram os rompimentos de tubulação.
Durante a visita, será marcada com a Braskem uma audiência pública para serem apresentados os resultados do relatório sobre os acidentes.
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