Após duas fugas em massa, governo de Santa Catarina admite falhas em penitenciária
Com duas fugas em massa em menos de cinco meses, a Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Catarina admitiu a fragilidade da central de triagem do Complexo Penitenciário de Florianópolis. Menos de 24 horas depois que 78 presos escaparam, neste domingo (26), o diretor da unidade, Joaquim de Oliveira, pediu demissão do cargo.
O prédio, inaugurado em dezembro do ano passado, durante o fim do governo estadual Leonel Pavan (PSDB), tem capacidade para 212 pessoas. Desde a inauguração, foram registradas 153 fugas, sendo que 93 presos foram recapturados.
No complexo, foram registradas as duas maiores fugas de presos do sistema carcerário catarinense –ambas este ano.Em fevereiro, ocorreu a maior delas, quando 78 detentos conseguiram escapar. No último domingo, 72 presos renderam dois agentes prisionais e fugiram pela parte de trás do complexo.
“A central de triagem não era para ser naquele lugar. Está completamente fora das normas, não tem pátio nem sala para visitação”, diz a secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca. Ela espera que, ainda esta semana, seja liberada a construção de uma cerca nos fundos da unidade, já que ela tem morros e matagal em volta e possui muro apenas na parte da frente.
A intenção do governo é transferir todo o complexo penitenciário, que fica numa das áreas mais populosas no centro da cidade, para uma região mais afastada. “O governo estadual já garantiu R$ 80 milhões para a mudança. O problema é achar um local, mas espero que resolvamos esta situação em menos de dois anos”, afirma a secretária.
Parte da verba para o projeto poderá vir do governo federal, após reunião do governador Raimundo Colombo (DEM) com a presidente Dilma Rousseff, na semana passada. A unidade deve ser instalada na zona rural de Palhoça, na Grande Florianópolis, mas ainda não há definição sobre o local para erguer a nova estrutura que abrigará 2.000 presos.
Falta de agentes
Sobre a quantidade de agentes no momento da fuga de ontem, a secretaria reconhece o número reduzido e cogita a utilização de serviço terceirizado para ajudar na segurança. Quatro funcionários estavam trabalhando no momento da fuga. Havia um agente de férias, e não houve reposição, e outro faltou ao trabalho.
Na fuga de fevereiro, dois agentes prisionais foram afastados preventivamente, suspeitos de falha no procedimento, e o processo segue na Procuradoria Geral do Estado. No caso do fim de semana, a secretaria abriu sindicância para apurar responsabilidades dos servidores envolvidos.
A polícia continua buscando os fugitivos –dos 78 detentos, 21 foram encontrados até o fim da tarde desta segunda-feira (27).
Com a saída de Joaquim de Oliveira, foi nomeado para o cargo de diretor do presídio Leandro Soares Lima. Ele trabalha há 23 anos como agente no local.
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