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Unidas pelo coração, gêmeas siamesas morrem em Minas Gerais

Gêmeas siamesas nascidas em Timóteo (MG) tinham um só coração e não podiam ser separadas - Divulgação
Gêmeas siamesas nascidas em Timóteo (MG) tinham um só coração e não podiam ser separadas Imagem: Divulgação

Especial para o UOL Notícias

Em Belo Horizonte

21/09/2011 09h42

As gêmeas siamesas Vitória e Viviane, de Timóteo, no Vale do Aço em Minas, morreram na terça-feira (13) na Santa Casa de Belo Horizonte. A informação só foi divulgada hoje (21). 

As meninas, filhas do pintor Renato Bragança, 23, e de uma adolescente de 17 nasceram dia 9 de junho e apresentavam uma cardiopatia complexa que impediu a intervenção cirúrgica. A equipe médica do hospital de BH concluiu, depois de sete dias de vida das recém-nascidas, que elas não poderiam ser separadas porque estavam unidas por um só coração.

Depois da constatação médica, as meninas travaram uma luta pela sobrevivência. Internadas e sem condições de voltar para a casa dos pais em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, as siamesas morreram no dia 13 de setembro. 

O hospital já atendeu a 28 gêmeos conjugados, muitos com sucesso. Mas as meninas são o 12º caso de siameses tratados pela Santa Casa de Belo Horizonte e que não puderam ser separados. Em todos os casos as crianças estavam unidas pelo coração.

O último caso de separação com final feliz foi das gêmeas Ana Clara e Ana Flávia Caovila. Elas chegaram à unidade, em 9 de novembro de 2007. Em 10 de maio, véspera do Dia das Mães, se submeteram a cirurgia de separação.

Segundo o cirurgião-chefe da Santa Casa, Manoel Firmato, a cirurgia é difícil e requer uma equipe com todas as facilidades de atendimento para receber as crianças. Ele participou de sete procedimentos para desunir siameses, inclusive o primeiro procedimento mineiro de sucesso, em 1984, quando que as gêmeas Sandra e Sônia Souza Silva foram separadas. As crianças, hoje mulheres de 27 anos, eram unidas pelo apêndice xifóide e abdômen.

De acordo com o Hospital e Maternidade Vital Brazil São Camilo, onde Vitória e Viviane nasceram, a probabilidade de ocorrência do caso como o delas é de apenas um em cada 40 mil nascidos.

As gêmeas morreram com peso próximo de 900 gramas. Elas apresentaram insuficiência cardíaca, faziam uso de medicamentos para o coração e eram alimentadas por uma por sonda nasogástrica.