No Piauí, 8 manifestantes são soltos e proibidos de participar de novos protestos contra aumento da tarifa de ônibus

Oito dos 17 manifestantes presos nos protestos em Teresina (PI) contra o aumento na tarifa de ônibus foram soltos na tarde desta quinta-feira (12) por decisão da Justiça. Após confronto com o batalhão de choque da Polícia Militar, 17 pessoas foram detidas na última terça-feira (10) e acusadas de incitar o crime, desobediência e atentado contra a segurança do transporte.

No 9º dia de protestos, os manifestantes voltaram a bloquear ruas e avenidas na capital piauiense e os passageiros ficaram sem ônibus durante toda a tarde.

Os presos foram soltos por decisão dos juízes da 7ª Vara Criminal, Almir Abib Tajra Filho e da 9ª Vara Criminal, Valdência Marques de Sá. Os magistrados concederam o alvará de soltura com a condição de que os presos não participem de novos atos.
 
A estudante de direito, Helena Beatriz Batista de Sá, 23 anos, contestou a decisão. “Isso é censura, nem na ditadura se viu isso. Apanhei, fui arrastada no meio da rua. Isso não se faz”, desabafou a universitária. Para a libertação dos estudantes, os advogados tiveram que pagar R$ 12.438,00 de fiança.

Reivindicações

O movimento batizado de #contraoaumento pede a revogação do decreto que reajusta de R$ 1,90 para R$ 2,10 a passagem de ônibus. Os líderes pedem ainda a extinção imediata da cobrança da segunda tarifa na integração das linhas de ônibus implantada no dia 1º de janeiro.
 
Nos protestos, mais de 20 ônibus foram depredados e um incendiado. As manifestações têm interrompido o trânsito nas principais avenidas da cidade, pois os estudantes optaram em bloquear a avenida Frei Serafim, principal corredor de acesso ao centro da capital piauiense.
 
Resistindo a receber os manifestantes, o prefeito de Teresina, Elmano Férrer (PTB) divulgou nota na tarde desta quinta informando que terá audiência com os líderes do movimento para tentar resolver o impasse. “Os representantes das entidades serão convidados a participar de uma reunião com o prefeito Elmano Férrer, a ser agendada nos próximos dias, oportunidade em que serão apresentadas as devidas posições”, diz o comunicado.
 
A prefeitura vem descartando a possibilidade de revogar o decreto do aumento e admite rever mudanças no processo de integração das linhas de ônibus.  Os líderes aceitaram dialogar com a Prefeitura de Teresina, porém anunciaram que manterão os protestos contra o aumento.