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SuperVia afirma que maquinista de trem foi ameaçado por passageiros em tumulto no Rio

Do UOL*, em São Paulo

09/02/2012 11h59Atualizada em 09/02/2012 12h49

A SuperVia, concessionária de trens urbanos que administra parte da rede férrea do Rio, divulgou nota nesta quinta-feira (9) afirmando que o maquinista do trem que apresentou um problema no sistema de frenagem na manhã desta quinta-feira (9) foi ameaçado por usuários, que o obrigaram a seguir viagem, mesmo com o problema.

Os passageiros provocaram tumulto em um trem que seguia de Queimados para a Central do Brasil. Enquanto alguns passageiros desceram dos trens e caminharam a pé pela linha do trem, outros seguiram viagem pela parte externa das composições. 

Acionados pela empresa, o Núcleo de Polícia Ferroviária e o batalhão de Polícia Militar da área entraram em confronto com os passageiros. As primeiras imagens do tumulto mostraram que, além do empurra-empurra, pedras foram jogadas nos trens e empregados da SuperVia.

Bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta foram utilizados contra os passageiros durante tumulto registrado na sequência, na estação Central do Brasil. “Aqui na Central eu levei uma pancada nas costas de um policial e um choque na minha mão, até perdi meu relógio no tumulto. Sou trabalhador, estava no trem que deu esse problema todo. Em São Cristóvão fomos obrigados a descer e vir andando a pé até a Central”, relata o pedreiro Antônio Raimundo. “O patrão não quer saber, eu só sei que perdi um dia, é triste, saio de Realengo todo dias às 7h e todo dia é quase impossível chegar no horário previsto na Central, sempre há atrasos.”

Muitas pessoas passaram mal e um homem chegou a ter um ataque epilético. Um homem foi preso quando tentava furtar uma televisão de um estande da estação, durante a confusão.

Segundo a empresa, as estações Méier, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo foram fechadas por medida de segurança. A empresa responsabiliza os passageiros por eventuais dificuldades no serviço, quando diz que "um grupo de passageiros ocupa a linha férrea, impedindo o trabalho dos funcionários e a circulação dos trens dos ramais Deodoro, Japeri e Santa Cruz".

A Agetransp, agência reguladora de serviços públicos de transporte do Rio, diz que instaurou processo para apurar as causas do incidente. Por volta das 10h30 de hoje, a SuperVia diz que as estações Méier, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo foram liberadas para circulação de trens. Segundo a empresa, os passageiros prejudicados foram ressarcidos.

Leia a íntegra da última nota divulgada pela concessionária:

A SuperVia informa que o problema operacional registrado no trem do ramal Japeri foi no sistema de frenagem e sua viagem foi interrompida nas proximidades da estação Sampaio às 7h10min. Imediatamente a equipe de manutenção chegou ao local com uma locomotiva, com o objetivo de rebocar o trem até a estação mais próxima (São Francisco Xavier) para que os passageiros pudessem realizar a transferência para outras composições. No entanto, um grupo de passageiros ameaçou o maquinista, obrigando-o a seguir viagem até a Central do Brasil, impedindo desta forma que o procedimento fosse realizado com segurança.

A SuperVia reforça ainda que acionou prontamente o Núcleo de Polícia Ferroviária (NPFer) para as devidas providências. A concessionária analisa, neste momento, as consequências das manifestações ocorridas nas estações. Os passageiros prejudicados foram devidamente ressarcidos com vales-viagem e o sistema de áudio das estações anunciava a todo instante as condições operacionais.

*Com informações de Rodrigo Teixeira, no Rio