Caseiro diz que liberou jet ski que atropelou menina em Bertioga (SP) a pedido "dos meninos"
O jet ski que atropelou e matou a menina Grazielly Almeida Lames, 3, no último sábado (18), em Bertioga, litoral paulista, foi liberado por um caseiro para os dois menores de idade suspeitos de ocuparam o equipamento antes do acidente.
“Eu estava limpando camarão quando os meninos me chamaram e mandaram tirar o jet ski do transportador, eu fui lá e tirei”, disse o caseiro Erivaldo Francisco de Moura, que trabalha para Luis Carlos Cardoso –dono da residência onde estariam hospedados os jovens. O jet ski pertence a um sobrinho de Cardoso, que seria também o padrinho do menino que estaria pilotando o equipamento.
A menina Grazielly Almeida Lames, 3 anos, morreu ao ser atingida na cabeça por um jet ski desgovernado
O depoimento de Moura foi dado na quarta-feira (22) ao delegado Maurício Barbosa, responsável pelo inquérito que investiga o caso. Este é o primeiro de oito que devem ser tomados. “A maioria [das pessoas a serem ouvidas] é de São Paulo, e eu pretendo concluir o inquérito o mais rápido possível e encaminhá-lo ao Ministério Público e à Vara da Infância”, afirmou.
A mãe de Grazielly, Cirleide Lames, está prestando depoimento na tarde de hoje. Ela chegou à delegacia por volta das 11h20 com seu advogado, mas não falou com a imprensa.
O menor suspeito de dirigir o equipamento deve se apresentar ainda hoje. Ele e seus pais estarão acompanhados do advogado Maurimar Chiasso, contratado pela família para cuidar do caso.
Segundo o advogado, o adolescente --que tem 13 de não 14 anos-- não estava pilotando o jet ski no momento do acidente. O equipamento estaria sem ninguém no controle quando, desgovernado, atingiu a menina, que brincava com a mãe na parte rasa da praia de Guaratuba. O jovem, diz o advogado, teria apenas dado a ignição e, em seguida, caído na água quando o equipamento ligou e se projetou.
O advogado da família de Grazielly, José Beraldo, disse que irá ingressar com ação de dolo eventual contra o responsável por ter entregado a chave do equipamento ao menor suspeito de provocar o acidente. “Quem deu a chave ao jovem assumiu o risco de produzir o resultado, neste caso, a morte da menina”, disse Beraldo. "Essa pessoa, assim como todas as demais que estavam na mesma casa, serão responsabilizadas."
Para a criminalista e procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf, caso os relatos iniciais sejam confirmados, um adulto deve ser responsabilizado pelo acidente. “A responsabilidade inicial é de quem era o dono do jet ski. Se essa pessoa não passou o veículo ao adolescente, outro adulto o fez e teria de arcar com as consequências”, disse.
O caso
Grazielly Almeida Lames, que visitava o mar pela primeira vez, brincava com a mãe na área rasa da praia quando o jet ski a atingiu na cabeça.
Ela foi levada de helicóptero ao Hospital Municipal de Bertioga, com traumatismo craniano, mas chegou já morta. O adolescente suspeito de dirigir o jet ski fugiu do local sem prestar socorro.
O enterro de Graziele aconteceu na manhã da última segunda-feira (20), em Arthur Nogueira (148 km de São Paulo), onde a menina morava com os pais.
Local do acidente
Guaratuba fica no litoral norte de SP
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