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Polícia investiga morte de idosa que recebeu alimentação na veia em vez de soro no Ceará

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

04/05/2012 13h42

A polícia do Ceará vai investigar a morte de uma idosa de 76 anos que estava internada no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, em Fortaleza, após receber uma injeção de alimentação parenteral ao invés da aplicação do soro.

A paciente morreu na quarta-feira (2) depois que o próprio filho aplicou a injeção na via errada, em vez de ter recebido em uma sonda específica que estava instalada no nariz dela para aplicação de alimentação parenteral.

O 6º Distrito Policial, no bairro de Messejana, informou que o hospital abriu um boletim de ocorrência para que o caso seja investigado, mas os trabalhos só deverão começar após o recebimento do laudo do SVO (Serviço de Verificação de Óbito). O documento vai definir a causa da morte da idosa e deverá sair em 30 dias.

Filho no lugar de técnico em enfermagem

A idosa Francisca das Chagas Batista estava internada no Hospital Messejana havia cinco dias para se submeter a exames para confirmar, ou não, a suspeita de câncer no pulmão. Francisca recebia a alimentação através de uma sonda no nariz e medicação no braço.

Em entrevista a uma emissora de TV, o filho da vítima, Valderi Batista, que acompanhava a mãe, informou que só realizou o procedimento porque as auxiliares de enfermagem teriam o deixado como responsável pela administração de alimentos e medicamentos, além de cuidados de higiene.

Batista disse ainda que confundiu os procedimentos, mas culpou a equipe do Hospital de Messejana pelo erro “por ter deixado com a responsabilidade sem ser profissional de saúde." Em nota, o Hospital de Messejana lamentou o ocorrido e que “está tomando todas as medidas necessárias para que o caso seja esclarecido”.

Sem respostas

Segundo o texto enviado à reportagem do UOL, a direção explicou que “a equipe de auxiliar de enfermagem verificou que o acompanhante, filho da paciente, injetou a dieta em via inadequada. Imediatamente, a profissional colocou na via certa e acionou os médicos, que realizaram manobras de ressuscitação, mas a paciente chegou a óbito”.

A reportagem do UOL enviou questionamentos sobre a suposta falta de cuidados da equipe de enfermagem em deixar sob responsabilidade do acompanhante a aplicação de medicação e alimentação na paciente, mas o hospital não se pronunciou.

O hospital também não explicou como o acompanhante teve acesso ao material injetado na mãe nem tampouco sobre a denúncia de que Valderi teria recebido orientações logo quando a mãe foi internada de realizar procedimentos restritos aos profissionais de saúde no hospital.