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Médico tenta fugir de roubo de bicicleta e é morto com tiro nas costas em Maceió

O médico José Alfredo Vasco Tenório, 67, foi morto durante roubo de bicicleta em Maceió - Divulgação
O médico José Alfredo Vasco Tenório, 67, foi morto durante roubo de bicicleta em Maceió Imagem: Divulgação

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

28/05/2012 13h12

Foi sepultado na tarde deste domingo (27) o corpo do médico José Alfredo Vasco Tenório, 67. Na tarde sábado (26), ele foi assassinado com um tiro enquanto fazia um passeio de bicicleta no corredor Vera Arruda, praça localizada no bairro nobre da Jatiúca, na orla de Maceió. O crime causou comoção e revolta da população.

Segundo a PM (Polícia Militar), o médico otorrinolaringologista (especializado em nariz, garganta e ouvido) teria sido abordado por dois homens armados que anunciaram o assalto e teriam pedido a bicicleta em que ele estava. Após a abordagem, o médico teria tentado fugir e acabou levando um tiro de pistola nas costas. Os assaltantes fugiram levando a bicicleta da vítima, o que caracteriza o crime como latrocínio (roubo seguido de morte).

Uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionada, foi ao local, mas, ao chegar, o médico já havia morrido. Segundo o exame cadavérico, o projétil atravessou o corpo de Tenório na altura do tórax.

Em relato publicado na internet, o filho do médico, André Tenório, afirmou que a bicicleta que foi levada pelos assaltantes não valia sequer R$ 100 e era de estimação da família. “Era um bicicleta que eu ganhei quando tinha 15 anos, fazia 20 anos que ele usava para pedalar todos os dias.”

Ainda segundo André Tenório, o médico não reagiu ao assalto e teria apenas ficado assustado com a situação. “Dois homens o abordaram de forma brusca para roubar sua bicicleta. Foi quando ele se assustou e a puxou no susto.”

Redes sociais

A morte do médico desencadeou uma série de protestos da população, especialmente pelas redes sociais. “Estamos de LUTO pela morte do Dr. José Alfredo Vasco Tenório, mais uma vítima da falta de vergonha dos nossos governantes. LUTO pela segurança”, afirmou a médica Adriana Cordeiro.

“O médico José Alfredo Vasco Tenório era uma pessoa calma e frequentador assíduo de pedaladas na orla. Eu o encontrava quase todos os dias”, escreveu o arquiteto Raul Cleto.

Em protesto contra o crime e a insegurança em Maceió, a Associação Alagoana de Ciclismo marcou uma manifestação para a noite desta terça-feira. O filho do médico também convocou, pelas redes sociais, a população a protestar contra a violência em Maceió. O protesto deve ocorrer também nesta terça-feira à noite, com concentração no corredor Vera Arruda, onde seu pai foi morto.

Segundo a Associação de Moradores do Stella Maris, os assaltos na região do Corredor Vera Arruda são frequentes e aumentaram após a retirada de um box da PM, em 2011. Um dos assaltantes acusados de matar o médico já teria sido reconhecido por praticar furtos na região.

A associação informou ainda que fez diversos pedidos para reforço no policiamento do local, que fica na orla da capital alagoana, mas não teria sido atendida. Segundo informou a PM, o Corredor Vera Arruda é policiado com a realização de rondas diárias. Sobre a retirada do box, a PM alegou, à época em que foi desativado, que o modelo seria substituído pelo policiamento comunitário, que está sendo implantado na capital.

Em reunião

O UOL tentou contato, na manhã desta segunda-feira (28), com o comandante de policiamento da capital, coronel Gilmar Batinga, para saber se haveria reforço no policiamento da região, mas foi informado que ele estaria em reunião e não poderia atender à ligação. O comandante do 1º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da área, também foi procurado, mas estava com o telefone celular desligado.

A Polícia Civil já está tentando obter imagens de câmeras de circuito interno de segurança de prédios e estabelecimentos próximos ao Corredor Vera Arruda e que teriam flagrado a fuga dos assaltantes. Os depoimentos de testemunhas tiveram ainda início neste domingo.

A polícia pediu à população que, quem tiver informações que possam ajudar no caso, ligue para o Disque Denúncia, pelo número 181. A testemunha não precisa se identificar.