Carrapatos invadem USP de Ribeirão Preto (SP); campanha alerta para febre maculosa
O campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) enfrenta uma infestação de carrapatos-estrela e deflagrou uma campanha para prevenir possíveis casos de febre maculosa entre alunos, funcionários e visitantes.
O alerta, sob a forma de faixas e cartazes espalhados pela universidade, está sendo feito porque é nesta época do ano que a praga consegue se hospedar nas pessoas sem ser percebida, devido ao tamanho.
“Nesta época o carrapato está na fase de larva ou ninfa. Ele fica praticamente invisível, de tão pequeno. Só se torna perceptível quando atinge a fase adulta, em meados de outubro”, afirma a biomédica Ana Paula de Tolvo Miranda, 33, técnica em segurança do trabalho do campus.
Além dos avisos, na entrada e no interior do campus, e da distribuição de informes, as áreas gramadas estão sendo permanentemente roçadas. O objetivo, segundo Ana Paula, é favorecer a incidência solar, que é fatal para os ácaros. Cerca de 15 mil pessoas frequentam a USP de Ribeirão Preto diariamente.
Onde fica Ribeirão Preto (SP)
Ribeirão Preto está a 313 km de São Paulo
A campanha da universidade vem sendo feita em parceria com a Vigilância Epidemiológica do município, que já registrou três casos da doença entre 2005 e 2011, um deles fatal, no ano passado. O óbito, segundo a enfermeira Hercília Renata Médici de Mattos, 55, não tem relação com a infestação da USP porque a pessoa morava numa outra região da cidade.
“Estamos orientando as pessoas a evitarem os gramados no campus e para somente se locomoverem nas calçadas. Se for preciso entrar nos espaços com grama, que pelo menos usem vestimentas adequadas como calça comprida dentro de botas ou meias”, disse.
Sintomas iguais aos da dengue
Médicos da cidade também estão sendo orientados a investigar se pacientes com dor no corpo, de cabeça e febre estiveram em regiões infestadas por carrapatos. Os sintomas da febre maculosa são parecidos com os da dengue, doença comum na cidade, o que pode dificultar o diagnóstico.
“A febre maculosa tem um alto índice de letalidade, mas pode ser curada se for diagnosticada rápido. O tratamento é feito com antibióticos”, afirma a biomédica Ana Paula.
A doença é transmitida quando os carrapatos estão contaminados pela bactéria Rickettsia rickettsii, que só se hospeda no parasita. Em animais, como as capivaras, que ocorrem em grande quantidade no campus da USP de Ribeirão, a doença dura até 14 dias e não é fatal.
E são justamente as capivaras a maior preocupação dos agentes de saúde. O animal, que costuma se deslocar até 10 km por dia por córregos, pode ter sido o responsável pela infestação de carrapatos em um dos parques ecológicos da cidade, que chegou a ser fechado em 2011 para controlar a praga.
De acordo com Davi Batista Pinto, 45, chefe interino da Divisão de Controle de Zoonoses, será preciso pensar, no futuro, numa forma de controle da população de capivaras. “Terá de ser um controle sustentável com o aval dos órgãos ambientais”, afirma.
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