Sem sargento, equipe da PM que matou publicitário estava irregular; major é afastado
A equipe da Força Tática da Polícia Militar que abordou e matou o publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39, na última quarta-feira (18) na zona oeste de São Paulo, estava atuando de maneira irregular, segundo informou a própria PM.
Pelas regras da PM, a Força Tática só pode atuar se estiver presente pelo menos um policial com patente de sargento ou superior (tenente, capitão, major, tenente-coronel ou coronel), o que não ocorreu na abordagem do publicitário, onde atuaram o cabo Luis Gustavo Teixeira Garcia, 28, e os soldados Adriano Costa da Silva, 26, e Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30,
Os três estão presos no presídio Romão Gomes, que fica no Tremembé, zona norte de São Paulo. Os três são novos na PM: Garcia e Silva entraram na corporação em 2006; Paulino, em 2005.
O major Lucas, responsável pelo 23º Batalhão da PM, onde está lotada a equipe que matou o publicitário, foi afastado por conta da irregularidade.
A Corregedoria da PM está investigando a conduta dos policiais e as razão pela qual não havia um PM de alta patente junto com a equipe. Na Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela delegacia seccional de Pinheiros.
Entenda o caso
Segundo a versão da polícia, os policiais teriam feito os disparos depois de uma suposta tentativa de fuga de Aquino durante uma blitz. O publicitário teria segurado um telefone celular --que os policiais teriam confundido com uma arma.
Em depoimento à Polícia Civil, os policiais disseram que perceberam um objeto preto nas mãos do publicitário e confundiram esse objeto com uma arma. Em seguida, os três dispararam, de uma distância curta, contra o publicitário, que levou pelo menos dois tiros na cabeça.
Veja imagens da perseguição
A polícia não sabe qual motivo teria levado o publicitário a não parar no bloqueio. Segundo a polícia, havia cerca de 50 gramas de maconha dentro do carro. A família da vítima afirma acreditar que a droga foi colocada pelos policiais no veículo.
O delegado seccional Dejair Rodrigues, que investiga o caso, identificou erro na atuação dos policiais: “Houve uma falha dos policiais, e, em função desta falha, entendemos que eles deveriam ser presos. Infelizmente a vítima não parou diante de uma ordem dos policiais, mas também essa vítima não reagiu contra eles".
Ricardo Aquino estava a caminho de casa, voltando da residência de um amigo, quando teria se recusado a parar em uma abordagem perto da praça da Paz, no Sumaré. Perseguido, foi interceptá-lo e baleado na avenida das Corujas. Depois de ser atingido, ele chegou a ser levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
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