PM morta em UPP do Complexo do Alemão será enterrada nesta quarta-feira em Valença, no sul do Rio
A Polícia Militar do Rio de Janeiro confirmou que será enterrado, na quarta-feira (25), o corpo da soldado Fabiana Aparecida dos Santos, 30, que morreu durante um ataque de criminosos à UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) com sede na favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade. A cerimônia fúnebre ocorrerá em Valença, na região sul fluminense, cidade natal da vítima.
Fabiana estava na PM havia pouco mais de um ano, era solteira e sem filhos. Ela foi atingida na região do abdômen por um tiro de fuzil que atravessou o colete à prova de balas no momento em que ela estava próxima ao contêiner-sede da UPP, segundo o coordenador da política de pacificação, coronel Rogério Seabra. O atentado ocorreu na noite de segunda-feira (23).
A soldado chegou a ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na estrada do Itararé, mas não resistiu aos ferimentos. Ela foi a primeira policial militar morta em serviço em uma comunidade localizada em áreas atendidas por UPPs. De acordo com a PM, os pais da vítima já morreram e o parente mais próximo é uma irmã, também PM, cujo nome não foi divulgado pela corporação.
A irmã de Fabiana é lotada no 10º BPM (Barra do Piraí) e chegou nesta manhã ao Instituto Médico-Legal (IML) da capital fluminense para reclamar o corpo da vítima. Escoltada por colegas de farda, ela entrou e saiu do local sem falar com a imprensa.
Ajuda da população
A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Seseg) divulgou nota oficial nesta terça-feira (24), na qual convoca a população dos Complexos do Alemão e da Penha, e dos morros do Adeus e da Baiana, na zona norte do Rio, a colaborar com a Polícia Militar no decorrer das buscas pelos criminosos que atacaram a tiros a sede da UPP Nova Brasília.
A PM também afirmou "lamentar profundamente" a morte da soldado Fabiana Aparecida dos Santos, 30, atingida por um tiro de fuzil durante confronto com os criminosos, supostamente traficantes de drogas. Segundo a Seseg, quaisquer informações que possam ajudar nas investigações devem devem ser passadas à polícia através do Disque-Denúncia. O telefone é (21) 2253-1177.
Em seu primeiro pronunciamento sobre o caso, a Secretaria de Segurança Pública afirmou ainda que as forças policiais não vão recuar em função do atentado que vitimou o primeiro policial militar em área de UPP. "O processo de pacificação seguirá seu curso previsto na região até que esteja consolidada a reconquista de território dessas comunidades, com sua devolução completa e pacífica à cidade do Rio de Janeiro", disse a Seseg.
Policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) realizaram nesta manhã buscas em comunidades do Complexo do Alemão. A divisão de elite da PM também foi posicionada para reforçar a segurança juntamente com o Batalhão de Choque (BPChoque) e PMs dos batalhões da Maré (22º BPM) e de Olaria (16º BPM).
Há duas semanas, o Exército deixou a região após ocupá-la por 19 meses --desde a operação que garantiu a tomada do território, em novembro de 2010.
Apesar do clima de tensão nos Complexos da Penha e do Alemão, a Seseg confirmou que seguirá o calendário definido para a região e manteve a inauguração de mais duas UPPs na próxima semana: nas favelas da Vila Cruzeiro e do Parque Proletário. Em toda a capital fluminense, já são 25 unidades.
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