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Defesa contesta hora da morte de Ubiratan e pede para que Cepollina não seja julgada pela "diferença de classe"

Débora Melo

Do UOL, em São Paulo

07/11/2012 16h29

A defesa de Carla Cepollina, acusada de matar o coronel da reserva da Polícia Militar Ubiratan Guimarães em 2006, encerrou o debate da defesa com um tom agressivo nesta quarta-feira (7).

Gritando bastante, o advogado de Cepollina, Eugenio Malavasi tentou convencer os jurados de que não há provas contra a ré e contestou a hora da morte de Ubiratan.

A argumentação da defesa terminou por volta das 15h30. A acusação pediu uma réplica, e o julgamento será retomado após um intervalo.

As investigações apontam que o coronel morreu entre as 19h05 e as 20h26 da noite do dia 9 de setembro de 2006, após receber um tiro no abdome em seu apartamento, nos Jardins (zona oeste). Para a defesa, porém, Ubiratan morreu na manhã do dia 10.

O coronel Ubiritan foi o comandante da operação que, em 1992, ficou conhecida como “Massacre do Carandiru” e resultou na morte de 111 presos.

A estratégia da defesa é provocar dúvida nos jurados com base no horário em que foi feita a necropsia --o laudo emitido não contém essa informação, apenas informa que a morte teria ocorrido no mínimo 18 horas antes da realização do exame.

“O laudo não revela a hora a hora da necropsia. Façamos, então, um exercício matemático da hora da morte do coronel”, disse Malavasi.

O corpo, que só foi encontrado na noite do dia 10, foi retirado às 2h17 da madrugada do dia 11 do apartamento do coronel e, de acordo com o advogado Malavasi, a necropsia só foi feita a partir desse horário, por volta das 4h.

Dessa forma, ainda segundo ele, o coronel pode ter morrido às 10h do dia 10 --e não na noite do dia 9.

Com isso, a defesa tenta mostrar que Cepollina não estava mais no apartamento quando o coronel foi morto, já que ela foi vista saindo do prédio na noite do dia 9.

Antes da argumentação de Malavasi, a mãe e também advogada de Cepollina, Liliana Prinzivalli, tentou descontruir a imagem de arrogante da ré e disse que “ela é apenas uma menina que estudou”.

“Eles [acusação] querem que os senhores antipatizem com ela por causa da diferença de classe”, disse, dirigindo-se aos jurados.