Julgamento pela morte do coronel Ubiratan é retomado; promotor quer pena de 20 anos de prisão
Começou por volta das 14h40 desta terça-feira (6), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, o segundo dia do julgamento da advogada Carla Cepollina, 46, acusada de matar o coronel da reserva da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, em 2006. Para o Ministério Público, Cepollina, que era namorada do coronel à época, matou por ciúme.
Cepollina é acusada de homicídio duplamente qualificado - motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima - e pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. Ubiratan foi morto no dia 9 de setembro de 2006 com um tiro no abdome, em seu apartamento, nos Jardins (zona oeste).
O promotor do caso, João Carlos Calsavara, defende uma pena de 18 a 20 anos de reclusão para a ré. “Eu vou pedir a pena justa, que é a condenação com as duas qualificadoras. A pena não é minha, a pena é do juiz. Na minha visão, uns 18 anos, 20 anos”, disse, antes do início do julgamento.
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O processo foi retomado com a leitura dos depoimentos de testemunhas que faltaram - duas que tinham sido convocadas pela defesa e outras duas arroladas pela acusação. Só depois a ré será interrogada.
“É a leituras de peças [do processo], permitida por lei, de testemunhas que não estão presentes. Eu pedi para que fossem lidos os depoimentos da delegada Renata [Madi, apontada como amante do coronel] e do filho da vítima”, disse Calsavara.
O depoimento de Carla Cepollina deve ser ouvido ainda hoje. “Creio que o interrogatório da acusada vai ser longo, vai ser muito bem explorado tanto pela acusação quanto pela defesa. Os debates ficariam para amanhã. Nós estamos prontos para isso”, disse o promotor Calsavara.
Ubiratan ficou conhecido como o comandante da operação de invasão do Carandiru que, em 1992, resultou na morte de 111 presos e ficou conhecida como “Massacre do Carandiru”. O Ministério Público, porém, descarta a hipótese de que o assassinato tenha sido encomendado pelo crime organizado por vingança.
Falta de luz e atraso
O segundo dia de julgamento estava marcado para começar ao meio-dia, mas atrasou quase três horas por causa da falta de energia elétrica no Fórum Criminal da Barra Funda. Todo o imóvel ficou sem luz entre as 9h e as 13h desta terça-feira.
A AES Eletropaulo informou que houve um problema nas instalações elétricas do fórum, o que “provocou a abertura do fusível da rede que alimenta exclusivamente o imóvel". Segundo a companhia, o equipamento foi substituído às 12h53 e nenhum outro imóvel da região foi afetado pela falta de energia.
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