Prédio destruído por incêndio em São Paulo abrigava seminário do século 19 que passava por restauro

O prédio destruído por um incêndio de grandes proporções na Luz, centro de São Paulo, abrigava o Seminário Episcopal da Luz, que foi construído entre 1853 e 1856. Tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), o local deveria ter sido restaurado entre março de 2011 e setembro deste ano.

Em março do ano passado, a Arquidiocese de São Paulo e o governo do Estado assinaram um convênio, no valor de R$ 2,2 milhões, para o início das obras de restauro. O custo total do projeto era de R$ 7,9 milhões e seria financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Segundo a assessora de imprensa da Arquidiocese, o restauro já havia sido iniciado, e a primeira fase do processo, que incluía a reforma das fachadas internas e das estruturas do prédio foi concluída recentemente. A próxima etapa, que previa a remodelação das fachadas externas, ainda iria ser feita após obtenção de recursos.

A arquidiocese desativou o espaço em 1927 e alugou parte do local para lojistas. Atualmente, funcionam na parte inferior do estabelecimento lojas de roupas de noivas. Tombado em 1982, o seminário estava degradado há mais de dez anos, com as estruturas ameaçando ruir.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do governo de São Paulo para saber os motivos de a restauração não ter sido concluída e aguarda uma resposta.

Após a restauração, a ideia era reativar partes do local para uso da igreja e manter os comércios. Segundo descrição na página do Condephaat, o seminário foi construído a partir de doações de fiéis católicos e de moradores da região.

Veja abaixo a descrição:

“O conjunto, formado pelo Seminário Episcopal e Igreja de São Cristóvão, foi construído em meados do século 19, em taipa de pilão, com doações obtidas pelo bispo D. Antônio Joaquim de Mello. Em 1856, apesar da obra não estar totalmente concluída, foi inaugurado o lance da capela e, seis anos depois, o seminário já funcionava no local.

A capela, apesar da simplicidade de sua construção, atendia toda a população do bairro da Luz, que a procurava nos festejos religiosos e para cerimônias de casamento. Data do início deste século a nova fachada, em estilo neoclássico, que se conserva até hoje. O conjunto se descaracterizou com a demolição de uma ala do seminário que deu lugar a uma rua e com a mudança do uso, que passou a ser comercial.”