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Dia da Consciência Negra no Rio começa com lavagem do monumento a Zumbi

Isabela Vieira

Da Agência Brasil, no Rio

20/11/2012 08h21

Com mais da metade da população de negros (pretos e pardos), o Estado do Rio comemora hoje (20) o Dia da Consciência Negra. As atividades começam cedo, com  a tradicional lavagem do Monumento Zumbi, na capital, e se estendem até o fim de semana, com shows de música, mostra fotográfica, sessões de cinema e festas nas comunidades quilombolas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,7% da população do Rio é formada por pretos e pardos.

As comemorações na capital começam na Praça XI, em volta da estátua de Zumbi, símbolo da resistência à escravidão. Com a participação de religiões de matriz africana, a lavagem do monumento será feita pelo afoxé Filhos de Gandhi, Estrela de Oya, com a presença de rodas de baianas, de capoeiras e da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel.

As atividades seguem pela zona portuária, onde os pesquisadores estimaram o desembarque de cerca de 1 milhão de negros escravizados na África, no Cais do Valongo. Recuperado durante obras de revitalização, o local recebe o projeto Herança Africana - Intervenções Urbanas no Caminho do Porto, com mostras ao ar livre em todo o bairro.

O destaque é um roteiro audiovisual sobre a história da cidade, desde a chegada dos navios negreiros até os dias de hoje, com fotos, vídeos e espetáculos teatrais na Pedra do Sal, no Largo da Prainha e nos Jardins Suspensos do Valongo. A ideia é homenagear também as personalidades que passaram por ali, como o músico Heitor dos Prazeres.

Shows da artista caboverdiana Lura, da nigeriana Nneka e da rapper americana Missy Eliot estão previstos no Festival BacktoBlack - que faz uma ponte entre a música brasileira e africana - de sexta-feira (23) a domingo (25). Também haverá debates sobre o apartheid (regime de segregação racial na África do Sul), sobre o papel da mulher na literatura e a influência do samba na literatura.

No interior do estado, a programação segue nas comunidades quilombolas. Em Magé, no norte fluminense, será lançado o documentário Maria Conga - Orgulho de Ser Quilombola, sobre a própria comunidade.  Em Búzios, no litoral sul, a comunidade Maria Joaquina faz exibiçãode fotos; em Paraty, Campinho organiza uma grande festa, assim como Marambaia, na mesma região.

Na Baixada Fluminense, em Nova Iguaçu, será escolhida a musa negra estadual.

Segundo o IBGE, o estado mais negro do Brasil é o Pará (76,7%), seguido da Bahia (76,2%) e do Maranhão (76,2%). O Rio está na 22ª posição no ranking.