Comboio da OSCE é alvo de tiros no leste da Ucrânia
KIEV, 20 Nov 2014 (AFP) - Observadores da OSCE, encarregados de supervisionar a implementação da trégua entre Kiev e os separatistas pró-russos, foram alvos de disparos no leste da Ucrânia, onde mais de mil pessoas morreram desde a entrada em vigor deste cessar-fogo.
O incidente, o primeiro do tipo a ser relatado, ocorreu na quarta-feira em uma área sob o controle do Exército ucraniano, 15 km a oeste de Donetsk - reduto dos separatistas pró-russos - e não causou vítimas, segundo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
De acordo com a OSCE, dois veículos da organização viajavam para Donetsk quando, com a aproximação de um caminhão que transportava "uma grande caixa de madeira verde" de 80 metros, foram atacados a tiros por um dos homens no caminhão.
"Um dos soldados levantou-se e deu dois tiros na direção do comboio da OSCE. As balas passaram a cerca de dois metros do segundo veículo da OSCE", indicou a organização em seu relatório diário. "Em razão de preocupações com a sua segurança, o SMM (missão especial de observação na Ucrânia) deixou a área imediatamente."
O porta-voz da missão de observação na Ucrânia, Michael Bociurkiw, garantiu que a organização "irá até o fim deste caso", lembrando ainda a exigência de "um acesso seguro e sem obstáculos" para os observadores.
Os veículos da OSCE são, geralmente, identificados com facilidade, graças ao nome da organização escrito em preto sobre a carroceria branca.
Sobre esse incidente, o Exército ucraniano acusou os separatistas de camuflarem o caminhão com o objetivo de culpar as tropas leais ao governo pelos disparos.
Atualmente, a OSCE tem 272 observadores mobilizados na Ucrânia.
A missão dos observadores consiste em supervisionar o cessar-fogo concluído em 5 de setembro entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-russos no leste do país. O acordo tem sido violado diariamente há semanas.
Segundo o Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, de 5 de setembro a 18 de novembro 957 pessoas morreram (838 homens, 119 mulheres), uma média de 13 vítimas por dia, na região.
O número de deslocados também "está em forte aumento, passando de 257.489 em 18 de setembro para 466.829 em 19 de novembro".
No total, desde o início do conflito - em abril - mais de 4.300 pessoas morreram neste conflito.
Nesta quinta-feira, os rebeldes anunciaram a morte de um de seus combatentes, enquanto o Exército ucraniano registrou seis feridos.
Na região de Lugansk, outro reduto separatista, uma enfermeira de 58 anos morreu e outro civil ficou ferido no bombardeio a uma aldeia, segundo um porta-voz das autoridades regionais.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é esperado nesta quinta-feira em Kiev, onde deve se encontrar com o presidente Petro Poroshenko e com o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk.
A visita coincide com o primeiro aniversário do início das manifestações na Praça Maidan - também conhecida com Praça da Independência - que levaram à queda do presidente Viktor Yanukovytch, aliado da Rússia, que em reação anexou a península da Crimeia, dando origem ao conflito no leste.
A OSCE tem sido questionada por ambas as partes. A Rússia, acusada pelas potências ocidentais de apoiar militarmente os separatistas, afirmou que os observadores apoiam o governo ucraniano dando informações sobre os movimentos das tropas rebeldes ou ocultando as violações do cessar-fogo por parte das tropas do Exército.
O governo ucraniano, por sua vez, acusa a OSCE de ter revelado as posições de suas tropas em várias ocasiões.
bur-phy/all/alc.
O incidente, o primeiro do tipo a ser relatado, ocorreu na quarta-feira em uma área sob o controle do Exército ucraniano, 15 km a oeste de Donetsk - reduto dos separatistas pró-russos - e não causou vítimas, segundo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
De acordo com a OSCE, dois veículos da organização viajavam para Donetsk quando, com a aproximação de um caminhão que transportava "uma grande caixa de madeira verde" de 80 metros, foram atacados a tiros por um dos homens no caminhão.
"Um dos soldados levantou-se e deu dois tiros na direção do comboio da OSCE. As balas passaram a cerca de dois metros do segundo veículo da OSCE", indicou a organização em seu relatório diário. "Em razão de preocupações com a sua segurança, o SMM (missão especial de observação na Ucrânia) deixou a área imediatamente."
O porta-voz da missão de observação na Ucrânia, Michael Bociurkiw, garantiu que a organização "irá até o fim deste caso", lembrando ainda a exigência de "um acesso seguro e sem obstáculos" para os observadores.
Os veículos da OSCE são, geralmente, identificados com facilidade, graças ao nome da organização escrito em preto sobre a carroceria branca.
Sobre esse incidente, o Exército ucraniano acusou os separatistas de camuflarem o caminhão com o objetivo de culpar as tropas leais ao governo pelos disparos.
Atualmente, a OSCE tem 272 observadores mobilizados na Ucrânia.
A missão dos observadores consiste em supervisionar o cessar-fogo concluído em 5 de setembro entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-russos no leste do país. O acordo tem sido violado diariamente há semanas.
Segundo o Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, de 5 de setembro a 18 de novembro 957 pessoas morreram (838 homens, 119 mulheres), uma média de 13 vítimas por dia, na região.
O número de deslocados também "está em forte aumento, passando de 257.489 em 18 de setembro para 466.829 em 19 de novembro".
No total, desde o início do conflito - em abril - mais de 4.300 pessoas morreram neste conflito.
Nesta quinta-feira, os rebeldes anunciaram a morte de um de seus combatentes, enquanto o Exército ucraniano registrou seis feridos.
Na região de Lugansk, outro reduto separatista, uma enfermeira de 58 anos morreu e outro civil ficou ferido no bombardeio a uma aldeia, segundo um porta-voz das autoridades regionais.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é esperado nesta quinta-feira em Kiev, onde deve se encontrar com o presidente Petro Poroshenko e com o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk.
A visita coincide com o primeiro aniversário do início das manifestações na Praça Maidan - também conhecida com Praça da Independência - que levaram à queda do presidente Viktor Yanukovytch, aliado da Rússia, que em reação anexou a península da Crimeia, dando origem ao conflito no leste.
A OSCE tem sido questionada por ambas as partes. A Rússia, acusada pelas potências ocidentais de apoiar militarmente os separatistas, afirmou que os observadores apoiam o governo ucraniano dando informações sobre os movimentos das tropas rebeldes ou ocultando as violações do cessar-fogo por parte das tropas do Exército.
O governo ucraniano, por sua vez, acusa a OSCE de ter revelado as posições de suas tropas em várias ocasiões.
bur-phy/all/alc.