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Em nota, Estado diz que queda da violência está relacionada aos investimentos do governo

Do UOL, em São Paulo

21/12/2012 16h52

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo criticou a entrevista com pesquisador canadense Graham Denyer Willis publicado no UOL na última quarta-feira (19).

Willis, que é doutorando em estudos e planejamento urbano no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e estuda a violência em São Paulo, afirmou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) é responsável pela queda nos índices de criminalidade em algumas regiões da capital paulista.

Segundo a secretaria, a queda da violência no Estado está relacionada aos investimentos do governo estadual.

Leia a nota na íntegra :

"Em relação à entrevista do estudante de doutorado canadense Graham Denyer Willis, publicada pelo UOL em 19 de dezembro, seguem os seguintes esclarecimentos:

É lamentável que um estudante use o nome de uma instituição respeitada, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), para dar peso a afirmações que nada têm de científicas. Apontar uma facção criminosa como a responsável pela redução das taxas de homicídios em São Paulo é uma falácia, além de repetir o mesmo argumento já utilizado por outro “especialista”, que tem na sigla PCC um atalho fácil para explicar qualquer fenômeno criminal no Estado de São Paulo.

Na verdade, tais “especialistas”, como agora o estudante canadense Willis, mais confundem do que explicam. Em vez de produzirem conhecimento que auxilie o Estado a combater a criminalidade, acabam fabricando mitos supostamente chancelados por entidades acadêmicas de respeito.

Todos sabem que os índices de homicídios em São Paulo caíram significativamente. Desde o final da década de 90, o Estado reduziu em 72% os crimes contra a vida, passando de uma taxa de 35,27 casos por 100 mil habitantes, em 1999, para 10,0/100 mil em 2011.

A redução é multifatorial, mas é muito mais correto atribuir a queda ao resultado dos investimentos do governo na área de segurança pública do que ao desempenho de uma facção criminosa que parece fascinar certos acadêmicos, como o canadense.

As ações que possibilitaram essa conquista foram reconhecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas). A experiência bem sucedida de São Paulo ganhou destaque em estudo global sobre homicídios feito pela entidade envolvendo 207 países.

Cidades latino-americanas como Bogotá, Medelín e Cali, na Colômbia, apresentam taxas de mortes intencionais bem superiores: 23/100 mil, 94,5/100 mil e 82,4/100 mil, respectivamente. São Paulo apresenta índices melhores do que o próprio Brasil, que possui taxa de 22,3 homicídios por 100 mil habitantes.

Jogar todo este trabalho por terra em nome de glamourização de uma facção criminosa soa, no mínimo, estranho.

Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública"