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Pets ganham serviço de babá e família de aluguel durante as férias dos donos

Cachorro usa sombra feita por brinquedo para descansar - Divulgação/Vila dos Cães
Cachorro usa sombra feita por brinquedo para descansar Imagem: Divulgação/Vila dos Cães

Camilla Rigi

Do UOL, em São Paulo

17/01/2013 07h00

Enquanto sua família viaja, você se preocupa com o cãozinho que ficou naquele hotel, sozinho.

Mas, acredite, ele pode estar curtindo os dias de calor com brincadeiras na piscina ou com banho de mangueira; ou tendo uma tarde no ofurô; e você pode receber, como prova de que ele vai bem e nem está com tanta saudade assim, fotos no seu celular, via aplicativos como Whatsapp ou Facebook.

Para competir com os hotéis para pets que já existem, serviços como o de pet sitters (babá de animais) e o de família de aluguel ganham espaço e público com mimos e atendimento personalizado.

Há três anos, a adestradora Adriana Franzoi transformou a própria casa – um imóvel com quintal espaçoso no bairro da Mooca, em São Paulo – em parte da BestFriend, empresa de família de aluguel que hospeda cães de outras pessoas.
 
Um dos diferenciais, importante para animais pouco acostumados à companhia de outros cães e que se intimidam em gaiolas de pet shops comuns, é o número reduzido de "hóspedes" durante uma estadia.
 
Na alta temporada, por exemplo, Adriana chega a receber no máximo oito cães de pequeno porte. “A maior vantagem é a segurança que o dono tem de que o seu animalzinho terá uma estadia personalizada, um serviço VIP”, conta ela.
 
“Procuro manter a rotina de alimentação e horários de passeios de cada um dos animais para que eles não estranhem tanto a mudança, não sintam muito a falta do dono e não sofram com o período de afastamento", diz. O serviço custa R$ 60 por dia, durante os meses de férias (janeiro/julho), e R$ 40 em períodos mais tranquilos.
 
 
A adestradora também trabalha como babá para animais que ficam sozinhos em casa durante a viagem dos donos. Neste caso, Adriana vai duas vezes por dia à casa do animal, dá alimento, água, faz a higiene do local e o leva para passear. “Quando o cliente mora em prédio, a chave fica na portaria. Quando é em casa, ela fica com algum vizinho", explica Adriana.
 
A diária de pet sitter custa em média R$ 30. Ela também conta com o auxílio de um veterinário, que fica disponível 24 horas para atender as eventualidades.
 
A paixão pelos animais também levou a estrategista de pesquisa em comportamento Elizabeth Castilho a fazer de seu cuidado com eles uma segunda fonte de renda. “Comecei cuidando dos gatos de um amigo, que passou meses viajando. Quando decidi sair da empresa onde trabalhava havia dez anos e ser autônoma, isso começou como um plano B, para melhorar o orçamento", conta.
 
Hoje, como pet sitter, ela atende animais em tratamento com medicamentos e bichos de estimação idosos que precisam de assistência especial e faz vistorias para checar se os pets têm água e alimento à disposição em suas casas.
 
Muitas vezes, as pessoas que contratam seus serviços não estão viajando, mas, com uma rotina pesada de trabalho, acabam deixando o animal solitário. “Meus clientes são pessoas ocupadas, exigidas em seus trabalhos, com uma vida social ativa, viajam muito, têm várias atividades. Na função de pet sitter, dou acompanhamento online conforme a pessoa queira, via Whatsapp, Instagram ou Twitter.”
 
Para Elizabeth, o convívio com os animais é sempre muito gratificante. "É uma coisa tão gostosa que parece tudo, menos trabalho. Vale a pena porque é divertido, envolve amor”, diz. 
 
Como escolher o serviço
 
Na hora de decidir onde deixar seu animalzinho, é importante pedir referências para quem já utilizou o serviço. Segundo a veterinária da PremieR Pet Keila Regina de Godoy, o ideal é conhecer o local antecipadamente e checar a segurança e a limpeza das instalações e como é feito o armazenamento de alimentos.
 
“As grades dos canis devem conter vãos estreitos, impedindo que eles consigam mordê-las, o que pode provocar até fraturas dentárias ou fazer com que eles se machuquem em uma tentativa de fuga por entre os vãos. Já os gatis devem ser completamente telados", explica.

Alguns cuidados antes
de hospedar seu pet

- Visite o local antecipadamente e fique atento à higiene das instalações
- Canis devem ter grades com vãos bem estreitos, impedindo que os animais consigam mordê-las
- Gatis devem ser completamente telados
- Alguns hotéis possuem baias sem divisórias para animais. Isso pode assustar cães mais medrosos
- Certifique-se de que o local exige vacinação e controle de pulgas em dia de seus hóspedes
- Verifique se o seu pet terá alguma atividade diária e se não ficará preso durante todo o dia
- No caso de resorts com instalações e piscinas, verifique se a equipe é suficiente para dar conta de todos os animais que estarão lá com o seu
- Certifique-se de que o seu animal será abrigado ao lado de cães do mesmo porte
A secretária Marta José da Silva, dona da dachshund Satine, uma salsichinha, já recorreu a um hotel em duas ocasiões. A família precisava viajar e o local onde se hospedariam não aceitava animais. "Quis saber de vários detalhes, por exemplo, se os cães ficavam enjaulados, como era o contato com outros animais, se eles respeitariam a rotina alimentar de Satine e se à noite ela teria acompanhamento de alguém."
 
De acordo com Marta, a separação foi muito difícil para a família, mas Satine se adaptou ao local e voltou saudável e bem cuidada.
 
Adestradora da empresa Cão Cidadão, de comportamento animal, Patricia Tsapatsis alerta que um dos principais quesitos na hora de escolher um bom hotel é se certificar de que o animal terá atividades e não ficará preso o dia todo.
 
Mas ela diz que, mesmo com cuidados, o afastamento de animais que são extremamente dependentes pode ser muito difícil.
 
Patricia sugere que a viagem seja planejada com muita antecedência e, com ela, a escolha do hotel. Se necessário, pet e dono devem tentar uma adaptação gradativa ao novo ambiente.
 
“Se o cão é quase uma sombra do dono, o ideal é levá-lo várias vezes ao hotel, dias antes da viagem, e deixá-lo lá por um pequeno período de tempo. Assim, ele entende que o dono vai, mas volta", explica ela.
 
A proprietária da Vila dos Cães, em Santana de Paranaíba (SP), Cristina Teixeira Gonçalves, conta que alguns cachorros pequenos se sentem acuados nos dois primeiros dias, mas ganham colo e atenção especial para que se sintam acolhidos.
 
"Normalmente, os ‘pais’ destas ‘crianças’ mais tímidas já sabem que a adaptação será mais lenta. Mantemos o contato por telefone, e-mail ou através dos comentários nas fotos publicadas (no site da empresa e no Facebook)", conta.
 
Contra o calor
 
Na Vila, os animais são separados de acordo com o tamanho. No verão, eles têm atividades na piscina e banho de mangueira para manter a temperatura do corpo. Alguns hotéis também oferecem banhos de ofurô para os cães. Tudo supervisionado por monitores. 
 
A adestradora Patricia explica que, em geral, todos os cães sabem nadar, o problema é quando eles não conseguem sair da piscina. Por isso é ideal a atividade ser sempre acompanhada. A dica na hora de contratar um desses locais é verificar quantas pessoas cuidam dos animais e analisar se a proporção é adequada.
 
Nessa estação, o Tunghats Resort, que fica na região de Teresópolis (RJ), a 50 minutos da capital, antecipa o horário dos passeios pelo sítio para que os animais não sofram com a alta temperatura. Nos dias de chuva, eles ouvem música para se distraírem e fazem atividades em área coberta. No final do ano, o hotel ficou lotado, mas em janeiro o resort já está aberto para novos hóspedes. A diária é de R$ 53.
 
Outro ponto importante na hora de escolher o hotel, segundo a veterinária Keila, é verificar se o local exige que todos os hóspedes estejam com a vacinação em dia, vermifugação e controle de pulgas. 
 
A adestradora da Cão Cidadão lembra ainda que alguns hotéis não têm divisões de baias para animais, o que, segundo ela, pode ser assustador para os cães mais medrosos. “O proprietário tem de avaliar o ambiente. Alguns animais ficam com medo de serem atacados à noite e não relaxam.” Seguindo essas dicas, os donos poderão ter uma viagem mais tranquila, além de dar férias também aos seus animaizinhos. 
 
Serviço: 
Best Friend – Mooca – São Paulo
Tel.: (11) 2925-8439/ (11) 98726-8907
 
Beth Castilho – Pet SittingSão Paulo
Contato: bethcastilhobeth@gmail.com
Twitter: @bethcastilho
Instagram: Beth Castilho tag: #betsitting 
 
Cão Cidadão São Paulo
Tel.: (11) 3571-8138/ (11) 7814-2633
 
Vila dos Cães  Santana de Parnaíba (SP)
Tel.: (11) 4154-4000
e-mail: viladoscaes@viladoscaes.com.br
 
Tunghats na estrada Rio-Teresópolis (RJ)
Tel.: (21) 9746-5575/ (21) 2541-7368