Defesa usa vídeo com pé trocado para tentar desqualificar depoimento de perito no caso Gil Rugai
A defesa do ex-seminarista Gil Rugai se dedicou a tentar desqualificar o depoimento do perito do IC (Instituto de Criminalística) Adriano Yssamu Yonanime no primeiro dia de júri popular do caso nesta segunda-feira (18).
Para perito, desgaste pode ter levado a erro em vídeo
Um dos principais aspectos explorados foi a apresentação de um vídeo feito pelo instituto de biomecânica da USP, que utiliza técnica de realidade virtual, para simular como o ex-seminarista teria chutado a porta do cômodo em que estava seu pai, Luiz Carlos Rugai.
No vídeo, a impressão plantar de um pé direito se sobrepõe à imagem de um sapato que calçaria um pé esquerdo. A sobreposição da imagem do pé e do calçado foi um dos principais argumentos usados pelo perito para comprovar que quem chutou a porta no dia do crime teria sido mesmo Gil Rugai.
Em julgamento, o perito admitiu que pode ter ocorrido um lapso na produção do vídeo. No entanto, ele disse que no laudo processual consta a imagem correta.
Assistente de acusação, Ubirajara Pereira defende que a acusação se apoia no laudo processual e não em um vídeo de realidade virtual.
O fato de o perito não ter conseguido comprovar qual sapato teria sido usado na noite do crime também não desqualifica a perícia, segundo ele.
Outro aspecto abordado pela defesa foi a ausência, entre as provas periciais, do pedaço que teria a marca do calçado da pessoa que arrombou a porta. O material foi solicitado pela defesa, mas não foi encontrado entre as provas que estavam no fórum.
De acordo com Pereira, será verificado junto à área administrativa do fórum e ao IC o motivo de o material não estar junto às outras evidências.
Entenda o caso
O ex-seminarista Gil Rugai, 29, é acusado de tramar e executar a morte do pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33, em 28 de março de 2004. O casal foi encontrado morto a tiros na residência onde morava no bairro Perdizes, zona oeste de São Paulo.
Caso ocorreu em 2004; relembre
Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.
Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.
O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta.
Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.
O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.
O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.
Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.