Advogado pede prorrogação de prisão temporária de dono da boate Kiss; MP é contra
O Ministério Público do Rio Grande do Sul se manifestou contrariamente nesta terça-feira (26) ao pedido do advogado do empresário Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate Kiss, que pedia a prorrogação da prisão temporária de seu cliente. A boate foi palco da tragédia em que morreram 239 pessoas em Santa Maria (RS).
Segundo o advogado Jader Marques, o intuito do pedido seria “evitar que a investigação seja prematuramente concluída nesta semana”, o que criaria, conforme o defensor, “um embaraço para a defesa”.
A Polícia Civil deve encerrar a primeira parte do inquérito nesta semana, a que apura o “núcleo” responsável pelo incêndio, ou seja, os donos da boate e os músicos da banda Gurizada Fandangueira.
Posteriormente, serão investigados os demais responsáveis, como o Corpo de Bombeiros e a prefeitura da cidade. Se Kiko permanecer preso por mais 30 dias, sua defesa terá todos os meios de trabalhar caso surjam novas provas que o incriminem.
De acordo com a manifestação dos promotores Joel Dutra e Maurício Trevisan, feita na manhã desta terça-feira, o pedido de Marques é “inusitado”, já que ele não possui “qualquer legitimidade em pedir a prisão, a qualquer título, de seu próprio cliente”.
A prisão de Kiko expira no dia 3 de março, data em que a Polícia Civil deve entregar o inquérito. A Justiça deve ordenar a prisão preventiva dos indiciados -- além de Kiko, seu sócio, o empresário Mauro Hoffman, e os membros da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos.
Em seu pedido, o advogado de defesa alegou que a prorrogação da prisão temporária por mais 30 dias serviria “diante da necessidade de mais prazo para o encerramento do inquérito e para que se não alegue empecilho de qualquer natureza”. E completa: “permitindo à autoridade policial que promova as diligências e atos do inquérito ainda pendentes”.
Segundo os promotores, quanto à necessidade da prorrogação do prazo para conclusão do inquérito policial, cabe apenas à polícia e ao MP fazerem tal análise. O próximo passo é a Justiça se manifestar a respeito do pedido, o que deve ocorrer ainda nesta terça-feira.
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