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Macarrão contratou Bola para matar Eliza Samudio, diz Bruno

Carlos Eduardo Cherem, Guilherme Balza e Rayder Bragon

Do UOL, em Contagem (MG)

06/03/2013 17h00

Durante interrogatório ao Tribunal do Júri de Contagem, o goleiro Bruno Fernandes disse que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, a quem ele culpou pela morte de Eliza Samudio, lhe confidenciou que o homem contratado para matar a modelo foi Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

Segundo Bruno, depois que o desaparecimento de Eliza veio à tona, Macarrão confirmou os acontecimentos envolveram a morte da modelo. “Depois dos fatos, Macarrão me contou que havia contratado o Marcos Aparecido, o “Neném”, e ele aceitou”, disse Bruno.

Bruno afirmou que ficou sabendo “através da imprensa” que era Bola e que ele "tinha vários apelidos".

Em seu depoimento, Bruno culpou Macarrão pela morte de Eliza e que, logo após o crime, foi Jorge Luiz Rosa quem lhe contou como Eliza foi morta. "Jorge falou comigo que o Macarrão foi até próximo ao estádio Mineirão, foi ao orelhão, e falou com uma pessoa que não sabe quem era."

Em novembro, Macarrão, 27, ,amigo de infância e ex-braço-direito do goleiro Bruno Souza, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), a 15 anos pelo sequestro, cárcere privado e morte da modelo Eliza Samudio, ex-amante do atleta, além do sequestro e cárcere de seu filho Bruninho. Ele foi inocentado da acusação de ocultação do cadáver.

Bruno disse que Jorge e Macarrão começaram a seguir um homem em uma moto até a cidade de Vespasiano (MG). O goleiro descreveu como Eliza teria sido morta, mas não citou quem seria o autor do homicídio.

"O Macarrão chutou as pernas da Eliza. Isso foi o que o Jorge me falou. Ele ainda me falou que a pessoa esquartejou o corpo dela e tinha dado para os cachorros comerem", afirmou o goleiro.

De acordo com a versão de Bruno, a morte de Eliza ocorreu na sexta-feira, 11 de junho de 2010 ---a polícia diz que Eliza morreu em 10 de junho.

Bruno, chorando muito durante o depoimento, afirmou que Eliza lhe disse que "iria para um ponto de táxi" porque tinha de ir para a capital paulista. "Ela disse que precisava de dinheiro para resolver problemas pessoais em São Paulo. Até então eu acreditava que seria aquilo ali."

Na mesma noite do dia 11, entre 22h e 23h, segundo Bruno, retornaram Macarrão, Jorge e o filho dele com Eliza. "Desceram do carro o Jorge, muito assustado, e o Macarrão um pouco mais tranquilo que o Jorge, mas também assustado", disse Bruno.

 "Estranhei que a criança estava na mão dele, chorando, e perguntei a ele: "Poxa, cadê a Eliza? Pelo amor de Deus, o que vocês fizeram com ela?", disse Bruno em seu depoimento.

De acordo com Bruno, nesse momento Macarrão disse a ele. "Resolvi o problema que tanto te atormentava". "O Jorge me disse que o Macarrão ajudou a matar Eliza. Nesse momento eu fiquei desesperado, chorei muito. Eu disse: "Macarrão, o que você fez? Não tinha necessidade". Ele falou que tinha resolvido o problema", disse Bruno, chorando muito.