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No dia do crime, Mizael ligou de lugares que não costumava frequentar, diz testemunha

Thiago Varella

Do UOL, em Guarulhos (SP)

12/03/2013 20h53

Cruzamento dos dados do GPS do carro de Mizael e de ligações feitas de um celular registrado em nome de Mizael Bispo de Souza apontou que, no dia 23 de maio de 2010, dia da morte de sua ex-namorada Mércia Nakashima, ele estaria longe de seu carro e em um lugar de onde não costumava acionar seu aparelho para fazer ligações.

A informação é do investigador da Polícia Civil Alexandre Simone Silva --4ª testemunha ouvida hoje--, que prestou depoimento nesta terça-feira (12), ao Tribunal do Júri de Guarulhos (Grande São Paulo). Mizael é julgado pela morte de Mércia desde ontem.

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"Às 21h21, o carro de Mizael estava parado, mas o celular ligou usando uma antena distante 16 km. Pela minha experiência, essa movimentação é atípica", disse. Segundo o policial, o vigia Evandro Bezerra da Silva e Mizael não usaram mais, posteriormente, os telefones com os quais se falaram 19 vezes no dia do crime.

O vigia ainda fez mais uma chamada alguns dias depois, para o irmão de Mizael. Depois, ele trocou de chip no aparelho.

Silva contou que não é perito em telefonia, mas que faz esse tipo de serviço para a Polícia Civil há anos. Ele explicou a maneira como descobriu o telefone "frio" de Mizael. "Eu procurava por padrões para achar algo anormal. No dia 16 de maio, Mércia fez várias ligações para o Mizael nos números dados por ele. Dentre elas, aparece este número que não estava no nome dele. Pela análise de chamadas, vi que as antenas usadas e números ligados eram compatíveis com os outros números dele", explicou.

Segundo o investigador, o celular "frio" de Mizael, usado para falar com o vigia Evandro no dia do crime, estava no nome de uma pessoa da cidade de Cotia, na Grande São Paulo.

Ainda segundo Silva, no mês de maio de 2010, Mizael ligou 41 vezes para Mércia. Por outro lado, advogada telefonou outras 127 vezes para o ex-PM durante o mesmo mês. Segundo a investigação, Mércia queria receber honorários não pagos por Mizael.