Petrópolis precisa de mais de R$ 100 milhões para se recuperar, diz ministro de Dilma

O ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra disse nesta segunda-feira (25) que Petrópolis (RJ) precisa de mais de R$ 100 milhões para se recuperar dos prejuízos causados pelas chuvas que atingiram a cidade fluminense na última semana.

Bezerra disse que a informação consta de um relatório feito por técnicos da Prefeitura de Petrópolis --com auxílio do Ministério da Integração Nacional--, que o ministro chamou de "esboço de recuperação da cidade". Em Petrópolis, o temporal causou deslizamentos e deixou 33 mortos e 44 feridos

Além disso, o ministro disse que o prefeito Rubens Bomtempo (PSB) já solicitou ao governo federal uma verba de R$ 12 milhões para um primeiro esforço emergencial. Segundo Bezerra, o repasse dessa verba será feito por meio do cartão de pagamentos da Defesa Civil.

"O primeiro recurso a ser liberado é o de assistência à população, que vai assistir à população afetada", afirmou Bezerra

Bontempo confirmou o pedido inicial e explicou qual é o destino que pretende dar ao montante. "Os R$ 12 milhões foram pedidos em caráter emergencial, para que o cotidiano das pessoas desabrigadas e desalojadas volte ao normal o mais rápido possível. Essa verba também será utilizada para aluguel de máquinas, para limpeza urbana, entre outras ações".

Bezerra também disse que as famílias desabrigadas e desalojadas pelas chuvas na cidade têm a garantia de que receberão aluguel social por "tempo indeterminado".

Bezerra e Bomtempo falaram com a imprensa após uma reunião que fizeram com a presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB), na sacristia da catedral da cidade. Dilma e Cabral deixaram o local sem fazer declarações aos jornalistas.

Montante total só sai após reunião em Brasília

Além disso, Bezerra e Bomtempo confirmaram uma nova reunião, que será realizada em Brasília na próxima quarta-feira (27), que definirá o montante total que a União destinará à recuperação da cidade fluminense

"O valor [total] será definido na reunião de quarta (27), com a presidente Dilma, lá em Brasília", afirmou Bezerra. "A secretaria de Defsa Civil tem critérios para definir o valor, tendo em vista o número de vítimas, desabrigados e desalojados".

Já o prefeito de Petrópolis diz esperar que a reunião seja "o primeiro passo para que apresentem uma resposta definitiva para esse caso". Também afirmou que os prejuízos causados pela chuva não são "um passivo não se resolve em apenas um mandato".

Dilma, Cabral, Bezerra e Bomtempo participaram de missa em homenagem às vítimas

Os quatro políticos se encontram após uma missa celebrada na tarde desta segunda-feira (25). Dilma, Cabral, Bezerra e Bomtempo assistiram à missa, que foi celebrada pelo bispo da Diocese de Petrópolis dom Gregório Paixão, ao lado da família imperial brasileira.

Durante a missa, o dom Gregório adotou um tom bastante crítico aos governantes e à situação da cidade fluminense durante a homilia.

"O sangue dos inocentes grita no meio da lama e no meio da chuva para que nossos olhos e ouvidos se abram. O silêncio deles continua gritando para que os que estão vivos não morram na próxima tragédia", disse o bispo. "Deus não fará por nós aquilo que não somos capazes de fazer"

"Portanto, mãos à obra. Precisamos agir para que no ano que vem não estejamos aqui chorando a morte de novas vítimas", afirmou dom Gregório. "Esses irmãos morreram diante dos nossos olhos, mas estão diante dos olhos de Deus. Eles pedem que os governos se unam para que a tragédia seja menor. Eles pedem para que os empresários colaborem".

No fim da missa, cerca de cinco pessoas conseguiram quebrar o protocolo de segurança da Presidência e exibiram cartazes para a presidente Dilma e o governador Sérgio Cabral, Bezerra e Bomtempo.

Um dos cartazes trazia os dizeres "32 anos de omissão, enriquecendo com a nossa dor".