Suspeita de matar menino no Rio vai para Bangu; multidão cerca carro da PM
Cerca de cem pessoas cercaram a 88ª Delegacia de Polícia, em Barra do Piraí, no sul do Estado do Rio de Janeiro, no final da tarde desta terça-feira (26) para aguardar a saída de Suzana do Carmo de Oliveira, 22, suspeita pela morte de João Felipe Eiras Santana Bichara, 6, sequestrado e morto por asfixia.
Duas viaturas da Polícia Militar e dois carros da Polícia Civil escoltaram a suspeita. Na saída da delegacia, alguns dos que se aglomeravam na frente do distrito tentaram bater no carro em que a manicure saía. Um cordão de policiais impediu que os revoltosos se aproximassem do carro onde estava Suzana.
João Felipe foi dado como desaparecido após sair da escola
De acordo com a Seap (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) do Rio, ela ficará presa na cadeia feminina Joaquim Ferreira de Souza, no complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense. Por volta das 18h, ela ainda não havia chegado à unidade.
A manicure acusada de matar João Felipe foi apresentada na delegacia de Barra do Piraí no final a manhã desta terça. O titular da 88ª DP, José Mário Omena, contou que Suzana chegou a confortar a mãe do menino na delegacia, no começo da noite de segunda-feira (25), quando ela ainda não era suspeita e a família procurava o garoto.
O delegado disse que a manicure é uma "pessoa fria". "Não derramou uma lágrima e ainda abraçou a mãe da vítima. Ela não tem pena de ninguém", disse o delegado.
A suspeita fez um depoimento confuso, com vários motivos para o crime. "Ela já disse que estava sendo ameaçada por traficantes, que o irmão dela era ameaçado por traficantes. Depois, mudou totalmente a história, dizendo que tinha um caso com o pai da criança", afirmou Omena, que trabalha com a hipótese de vingança. "O que levaria a autora a rasgar a roupa da criança? Só pode ter sido raiva. Quem ataca o filho de uma família quer na verdade atacar essa família.”
A investigação aponta para crime passional, segundo o delegado, já que há suspeita de que o pai do menino manteve um caso com a manicure. "Há indícios que levam a investigação na linha do crime passional. O que não quer dizer que o pai da criança tenha tido um caso coma autora do crime. Ela pode ter sido rejeitada por ele, por exemplo", afirmou.
O delegado espera o depoimento dos pais e o resultado da perícia para concluir o caso. Os depoimentos ainda não foram agendados. O delegado vai pedir à Defensoria Pública um advogado para a defesa da manicure.
Em breve entrevista a uma emissora de televisão local, a "TV Rio Sul", a manicure disse apenas "Eu não agi sozinha" quando perguntada sobre a motivação do crime. O delegado, no entanto, não acredita em "mais uma das dez versões", que segundo ele, a mulher já apresentou. "Ela fez tudo sozinha. Sozinha ligou para a escola se passando pela mãe da criança. Sozinha contratou um serviço de táxi e foi até a escola", disse o delegado.
João Felipe Eiras Santana Bichara foi dado como desaparecido na tarde de segunda, após a manicure buscá-lo no Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira, onde ele estudava, alegando que o levaria para fazer exames.
A escola acabou liberando o menino, que desde então não havia sido mais visto. O garoto foi levado até um hotel no centro da cidade, onde foi asfixiado com uma toalha molhada. Ela contou, na delegacia, que então pegou outro táxi para levar o corpo até a sua casa, onde o despiu e o escondeu em uma mala.
O corpo foi encontrado pelos policiais no local por volta das 19h de segunda. Ela foi presa em flagrante e indiciada nesta terça pelo crime de homicídio triplamente qualificado com motivo torpe, meio cruel, emboscada e ocultação de cadáver.
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