Índios recusam reunião com ministro e aguardam representante da Funai em Brasília
Um grupo de 140 indígenas da etnia mundurucu está reunido desde a manhã desta segunda-feira (10) em frente ao prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Brasília. Eles pretendem ficar no local até serem recebidos por algum representante do órgão.
Há uma semana na capital federal, os mundurucus estavam ocupando o canteiro principal das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Foram trazidos pelo governo federal em dois aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para se reunirem com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República. A reunião ocorrida na terça passada (4), porém, terminou em impasse.
Os índios exigem a suspensão das obras das usinas de Belo Monte e de Teles Pires, além da interrupção dos estudos para construção do complexo das usinas no Tapajós, todas no Estado do Pará. Eles argumentam que não houve consulta prévia aos povos indígenas, conforme regulamentado na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Uma nova reunião havia sido marcada para esta segunda, mas, segundo os indígenas, Carvalho aceitou receber apenas uma comissão com dez integrantes da tribo. Os índios recusaram a proposta sob o argumento de que o ministro deveria receber o grupo inteiro. Eles acabaram, então, apenas entregando uma carta com as suas reivindicações.
Em nota, a Secretaria-Geral diz que o ministro “aguardou por cerca de uma hora pela reunião”, mas que “os indígenas recusaram-se a participar da reunião, limitando-se a protocolar um documento na Presidência da República”.
Segue o texto dizendo que o ministro “lamenta a perda desta oportunidade de diálogo”, mas que permanece à “disposição de continuar em negociação com vistas a realizar um amplo processo de consulta prévia sobre os empreendimentos hidrelétricos na região da bacia do rio Tapajós”.
Depois do encontro frustrado, os indígenas decidiram ir para a frente da Funai tentar conseguir mais alguns dias de acomodação em Brasília. Atualmente, eles estão em uma chácara em Luziânia (a 60 km de Brasília), cedida pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ligado à Igreja Católica. Segundo o índio Jairo Saw, o plano é ficar mais alguns dias para conseguir se encontrar novamente com representantes do governo.
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