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Ato com 50 mil ocupa região central de SP; grupo tenta invadir prefeitura e começa quebra-quebra

Manifestantes tentam invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, no centro da cidade, na tarde desta terça - Gabriela Biló/Futura Press
Manifestantes tentam invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, no centro da cidade, na tarde desta terça Imagem: Gabriela Biló/Futura Press

Do UOL, em São Paulo

18/06/2013 17h58Atualizada em 18/06/2013 23h50

Cerca de 50 mil manifestantes --segundo medição do Datafolha-- voltaram às ruas da capital paulista para participar do sexto grande ato contra o aumento da tarifa de ônibus, realizado na região central de São Paulo, na noite desta terça-feira-feira (18). A estimativa da PM era que, às 18h30, ao menos 10.000 pessoas participavam do ato. Por volta das 18h45, um pequeno grupo tentou invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, que fica no viaduto do Chá, mas a GCM (Guarda Civil Metropolitana) o impediu.

As grades de proteção do local foram retiradas pelos manifestantes, que se aproximaram do cordão de isolamento da GCM. Objetos foram atirados contra os agentes, que só reagiram com gás de pimenta e bombas de efeito moral quando o grupo se aproximou da entrada principal.

Cinco portas de vidro foram depredadas durante a ação. O grupo de manifestantes radicais pichou as paredes da prefeitura, quebrou vidros laterais do prédio, e também pichou, depredou e ateou fogo em um carro da Record, além de quebrar os vidros de uma agência bancária do Itaú e destruir a entrada de um prédio. Uma base da PM, que fica em frente à prefeitura, também foi queimada.

Em nota, a Rede Record informou que todos os profissionais que trabalhavam na transmissão ao vivo das manifestações escaparam ilesos do incêndio.

Ao menos dois GCMs ficaram feridos. Um deles foi atendido no posto médico da prefeitura e levou 9 pontos na cabeça. O outro teve uma contusão no rosto. Um levantamento dos danos materiais, segundo a Prefeitura de São Paulo, será feito amanhã (19).]

Cerca de cem pessoas faziam um protesto, por volta das 23h, na frente da casa do prefeito Fernando Haddad (PT), na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo.

As pessoas fazem gritos de ordem como "se a passagem não baixar, São Paulo vai parar", mas não houve qualquer registro de violência ou vandalismo no local. A rua foi fechada pela Polícia Militar, que faz o policiamento do local. Várias lojas foram depredadas nas imediações do local, como presenciou a repórter Janaina Garcia. Uma agência do banco Itaú também foi danificada. 

Carro de emissora é incendiado em frente a Prefeitura de SP

A minoria que lançou pedras e paus contra as janelas laterais do prédio, só parou com a depredação quando a maioria gritava em coro: "sem vandalismo, sem vandalismo". Os considerados vândalos tentaram ainda arrombar uma porta de madeira e jogaram um paralelepípedo em um carro que estava estacionado no local.

Às 20h30, uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou ao local para apagar os focos de incêndio provocados pelos manifestantes radicais. 

A Guarda Civil, que estava na portaria da prefeitura, foi para o lado de dentro do prédio. As grades que protegem a portaria foram levantadas e impediram a invasão do grupo. Os próprios manifestantes recolocaram as grades de proteção no lugar e gritavam para que o grupo menor que tentava invadir a prefeitura parasse.

Um grupo de manifestantes fez um cordão humano em frente ao prédio da para tentar evitar que a sede do Executivo municipal fosse depredada por este grupo mais radical. Eles pedem que a manifestação transcorra sem violência e impedem que outros participantes do ato continuem a tentar invadir o local.

Manifestantes quebram porta e tentam invadir prefeitura

Na frente da prefeitura, os manifestantes pediam que o prefeito Fernando Haddad (PT) descesse para conversar. No local, alguns chegaram até queimar um boneco com a foto de Haddad. Uma bandeira de São Paulo foi retirada do mastro e o grupo tentou atear fogo nela. 

O movimento, que se concentrou na praça da Sé, se dividiu em dois grupos: um seguiu para a frente da Prefeitura de São Paulo e o outro passou pelo Terminal Parque Dom Pedro 2º em direção à avenida do Estado para chegar à marginal Tietê, mas às 19h, os participantes decidiram mudar o trajeto e voltar para a sede da prefeitura, para se juntar ao restante do grupo.

Outros grupos bloquearam a avenida Paulista, a rua da Consolação e a Brigadeiro Luis Antonio, durante passeatas pacíficas e tranquilas. Por volta das 22h50, homens da Tropa de Choque atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes que atearam fogos em lixos em diversos pontos da rua Augusta. Essas pessoas reagiram arremessando garrafas nos policiais.  

Cerca de cem pessoas faziam um protesto, por volta das 23h, na frente da casa de Haddad, na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo. As pessoas faziam gritos de ordem como "se a passagem não baixar, São Paulo vai parar", mas não houve qualquer registro de violência ou vandalismo no local. A rua foi fechada pela Polícia Militar, que faz o policiamento do local.

A Prefeitura de São Paulo informou ainda a ocorrência de uma tentativa de invasão no Theatro Municipal. Os vitrais na fachada foram pichados, mas, segundo o órgão, ainda não é possível avaliar a extensão dos danos ao edifício.

Apoio

Ao passar pelo largo São Francisco, também no centro, a manifestação recebeu o apoio de motoristas de ônibus que começaram a buzinar. Um dos condutores afirmou à repórter Janaina Garcia: "A manifestação está certa. A tarifa aumenta, mas nosso salário não". "Ô motorista, ô cobrador, o seu salário também não aumentou", gritavam os participantes.

50 mil lotam a praça da Sé

No início do ato, foi registrada uma pequena confusão entre manifestantes que estavam carregando bandeiras de partidos e aqueles contrários à "partidarização" do ato. Duas pessoas com bandeira do PCR (Partido Comunista Revolucionário), foram vaiadas por cerca de cinquenta pessoas e alguns manifestantes tentaram tirar a bandeira de suas mãos

Haddad se comprometeu a examinar a planilha de custos de transporte do município para "refletir no que poderia cortar de serviços para viabilizar a redução da tarifa". Ele, no entanto, não revogou o aumento durante a reunião do Conselho da Cidade, que foi praticamente unânime ao pedir a suspensão do novo valor de R$ 3,20.

Resumo dos protestos dia-a-dia