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De nada adianta demonizar a polícia, diz secretário de Segurança do Rio sobre protestos

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

21/06/2013 11h58Atualizada em 21/06/2013 15h34

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta sexta-feira (21), em entrevista coletiva, que não adianta “demonizar” a polícia pelas ações truculentas durante o protesto que levou 300 mil pessoas às ruas na noite de quinta-feira (20) na capital fluminense.

“De nada adianta demonizar a polícia. A polícia é o que o Estado brasileiro tem. Demonizar a polícia talvez seja benéfico para vândalo”, disse Beltrame. “A polícia pode ter seus erros, suas mazelas, seus problemas, talvez não tenha conseguido contornar todas as situações ontem, mas contornou muitas outras que poderiam acontecer. Essas 300 mil pessoas caminharam da Candelária ate a prefeitura pacificamente, sob os olhos das forças de segurança pública, onde nada aconteceu.”

Ainda de acordo com o secretário, as "passeatas e manifestações serão garantidas" e "casos de abuso policial serão apurados e punidos". "A polícia tem que agir, mas sem abusos, com técnica", disse Beltrame.

Durante os confrontos com a polícia na quinta, 62 pessoas foram levadas com ferimentos para o Hospital Souza Aguiar, no centro na cidade. Segundo o comandante da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, muitas dessas pessoas foram vítimas dos próprios manifestantes. "Os feridos que vão para o hospital são ocasionados por eles mesmos. A imprensa está mostrando que eles estão brigando entre si", disse.

Armas não letais

Para o comandante da PM, o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha é necessário para conter os distúrbios nas ruas. "No momento que se busca controlar um distúrbio, equipamentos são necessários. A saturação no centro da cidade era muito grande", disse Costa Filho.

Questionado sobre a utilização de métodos menos agressivos, como jatos de água, Beltrame disse que a polícia já trabalha com armas não letais. "Eu acho que se nós tivermos movimentos estritamente tranquilos e pacíficos, não há necessidade de usar nenhum equipamento", afirmou.

Alerta feito pelo governador

Na quinta, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que recebeu uma ligação telefônica do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na qual tomou conhecimento de que a facção criminosa Comando Vermelho poderia cometer atentados terroristas durante a passeata. O comandante da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, no entanto, negou a informação. "A inteligência vem sempre acompanhando as manifestações e não há nenhuma informação sobre isso", disse.