Samu registra morte em Brasília, mas nega relação com protestos; ferido corre risco de perder visão
O Samu (serviço de atendimento de emergência) afirmou no final da noite desta quinta-feira (20) que um homem aparentando 40 anos de idade morreu em Brasília após cair do viaduto da Rodoviária do Plano Piloto em meio à manifestação que reuniu 30 mil pessoas na capital.
De acordo com o Samu, não é possível estabelecer relação entre a morte do homem, que aparentemente estava bêbado, e os protestos.
Conforme o Samu, um ferido nos protestos corre o risco de perder a visão em um dos olhos. O rapaz, com cerca de 20 anos de idade, foi atingido por um objeto de pequeno porte no olho e está internado no Hospital de Base do DF. Além dele, dois outros feridos estão em estado grave: um assistente de cinegrafista ferido por uma garrafada e uma pessoa ferida por uma pedrada na cabeça.
O Samu afirma que fez 55 atendimentos e 12 remoções para hospitais -- às 0h40, dois feridos continuavam internados. De acordo com a SSP, os bombeiros atenderam 82 feridos (a maioria por intoxicação por gás). Somados, os feridos chegam a 137.
Entre os policiais, houve 10 feridos.
Houve três prisões, segundo a SSP: dois foram presos dentro do Itamaraty na hora da invasão e uma pessoa foi presa por jogar pedras na direção dos policiais. Todos foram encaminhados para o 5º DP.
Depredação
Após mais de seis horas de protesto, os manifestantes deixaram boa parte da Esplanada dos Ministérios, área que concentrou a maior parte dos eventos nesta quinta, depredada.
A manifestação desta quinta reuniu 30 mil pessoas e foi a maior entre as cinco da última semana.
O protesto foi marcado por alguns atos de vandalismo, como a depredação do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, que contrastaram com o clima de calmaria da maioria dos ativistas.
Antes de invadir o Itamaraty, os ativistas já tinham tentado entrar no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, mas as sedes do Legislativo e do Executivo estavam protegidas por um cordão de isolamento da Polícia Militar.
Com o aumento do vandalismo, a PM começou a atirar bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Alguns manifestantes "retribuíam" jogando pedras sobre os policiais.
O efeito da dispersão foi a subida dos manifestantes pela Esplanada. Ao longo da avenida, vários sinais de vandalismo.
Os manifestantes fizeram uma fogueira no gramado -- e impediram que os bombeiros a apagassem.
O prédio do Ministério da Saúde foi pichado com frases como "chega de ilusão", "cadê a educação" e "respeite o povo". Os prédios dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente também tiveram pichações.
A Catedral de Brasília, uma das principais obras de Oscar Niemeyer na Esplanada dos Ministérios, foi pichada com os algarismos "666". Um dos vidros ficou trincado após ter sido apedrejado.
Placas indicando os lugares turísticos da Esplanada, como o Museu Nacional e a Biblioteca Nacional, também foram pichadas.
Quinto dia de protestos
A capital federal vive hoje o quinto dia de protestos em menos de uma semana.
O primeiro ocorreu na sexta-feira passada, na véspera do jogo de abertura da Copa das Confederações no Estádio Nacional Mané Garrincha, em que houve queima de pneus na via que fica ao lado do estádio. Cinco pessoas foram presas.
Em seguida, houve um protesto no dia do jogo entre Brasil e Japão, duramente reprimido pela Polícia Militar. Pelo menos duas manifestantes que participaram do protesto em frente ao estádio foram atingidas na cabeça por balas de borracha disparadas pela PM.
Na última segunda-feira, o maior protesto da série reuniu cerca de 10 mil pessoas, segundo a PM. Manifestantes desceram pelo Eixo Monumental e ocuparam a marquise do Congresso Nacional, onde permaneceram por cinco horas.
Ontem, o protesto reuniu cerca de 1.300 pessoas, segundo a Polícia Militar. A principal bandeira dos manifestantes, que se concentraram na rodoviária do Plano Piloto, era a tarifa zero no transporte público no DF.
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