A 31 dias de visita do papa, arcebispo do Rio afirma defender "livre manifestação pacífica"
Em nota divulgada neste sábado (22), o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, afirmou defender a "livre manifestação pacífica", mas pediu "serenidade neste momento de ânimos exaltados", em referência à onda de protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo no Rio de Janeiro.
A 31 dias da visita do papa Francisco, que vem à capital fluminense para a Jornada Mundial da Juventude, o religioso disse "destacar o modo pacífico como transcorreram diversas manifestações populares e repudiam as formas de violência que infelizmente também ocorreram".
A nota é assinada por dom Orani, pelo presidente da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro), Felipe Santa Cruz, e pelo presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo.
Na sexta-feira (21), o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno, afirmou não ter qualquer tipo de preocupação em relação a possíveis protestos durante a JMJ. O religioso participou de uma reunião com a presidente da República, Dilma Rousseff, em Brasília.
Damasceno ressaltou, porém, que é missão do Estado garantir a segurança dos participantes.
"Não estou preocupado porque tudo está correndo normalmente", disse ao deixar o Palácio do Planalto. "Uma ou outra manifestação que possa ocorrer no período da Jornada Mundial é normal, isso tem ocorrido em outros países nas mesmas ocasiões." Ele disse que a audiência havia sido solicitada à presidente há bastante tempo.
Ele acrescentou que a data do evento, de 23 a 28 de julho, está mantida. "Não vamos evidentemente fazer nenhuma modificação tanto na programação quanto na data de realização da jornada, com relação também à visita do Santo Padre há uma tranquilidade."
Damasceno disse ainda confiar na atuação do Estado para garantir a segurança do público. "O governo, seja federal, estadual ou municipal, é claro, tem essa missão, essa tarefa de guardar, de garantir a segurança daqueles que vão participar da jornada, de tal modo que nós temos a certeza de que os jovens que participarão da jornada serão muito bem acolhidos e terão todas as garantias, as assistências que se fizerem necessárias para que a jornada transcorra da melhor maneira possível".
Indagado se a presidente havia dado garantias sobre a segurança do evento, respondeu que sim. "É claro que ela vai nos garantir porque se trata de um evento muito grande, um acontecimento muito grande, nós falamos aí de dois milhões de pessoas, sobretudo de jovens".
Ele disse também que a presidente "não externou preocupação" de qualquer tipo. "Foi uma visita tranquila e cordial. Ela está sempre atenta ao que está acontecendo, mas procurando entender o que essas manifestações querem dizer à sociedade, ao governo, para, a partir daí, quem sabe, dar enfoques diferentes em relação, sobretudo, as políticas públicas".
Já o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que o país deve estar preparado para realizar a JMJ sob protestos da população.
"A jornada pode, nós temos que ter clareza, ocorrer dentro de um clima, não vou dizer igual ao dos dias de hoje, porque a conjuntura evolui tão rapidamente que não tem muito como profetizar. [Mas] Temos que estar preparados para a Jornada acontecer inclusive num clima de manifestações no país", afirmou durante uma reunião preparatória para o evento realizada no Palácio do Planalto. (Com reportagem de Fernanda Calgaro, em Brasília)
OS PROTESTOS EM IMAGENS (Clique na foto para ampliar)
Manifestante tenta invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, na região central da cidade
Carro de TV Record é incendiado em frente à Prefeitura de São Paulo durante protestos
Manifestante corre ao lado de estabelecimento comercial em chamas no centro de São Paulo
PM espirra spray de pimenta em manifestante durante protesto no Rio
Em Brasília, manifestantes conseguiram invadir a área externa do Congresso Nacional
Milhares de manifestantes tomam a avenida Faria Lima, em SP
Após protesto calmo em SP, grupo tenta invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo
Manifestantes tentam invadir o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio
Um carro que estava estacionado em uma rua do centro do Rio foi virado e incendiado
Cláudia Romualdo, comandante do policiamento de Belo Horizonte, posa com manifestantes
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.