Cabine da Polícia Militar é destruída durante protesto no centro do Rio; PM saca arma letal
Uma cabine da Polícia Militar foi destruída e pichada depois de um confronto entre manifestantes e policiais militares na avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (11), durante passeata organizada pelas centrais sindicais.
Nas imediações da rua Senador Dantas, onde havia uma barricada, um policial militar chegar a sacar uma pistola para intimidar os manifestantes. Ele não realizou disparos. Segundo a assessoria da PM, são usados só artefatos não-letais e as armas portadas pelos policiais são usadas apenas para sua própria defesa, não para conter distúrbios.
No local, manifestantes atearam fogo a sacos de lixo com o intuito de conter o avanço da Polícia Militar. Segundo a PM, dois carros foram incendiados na avenida. Antes da Tropa de Choque ser acionada e dar fim ao tumulto, os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, além de balas de borracha.
A estudante da UFF (Universidade Federal Fluminense) Mariana Borzino, 24, grávida de sete meses, conseguiu escapar em segurança do confronto. No entanto, ela afirmou ao UOL ter "se sentido mal" após o lançamento das primeiras bombas de gás.
"Senti um pouco só nas primeiras bombas de gás, logo no começo da passeata", disse ela, em referência a um breve confronto ocorrido nas proximidades da Igreja da Candelária, cuja vidraça teria sido quebrada, de acordo com a PM, por um jovem não identificado. O tumulto ocorreu por volta das 16h30.
Segundo Mariana, que não havia participado dos atos anteriores que ocorreram na capital fluminense em função da gestação, ela e o marido deixaram a avenida Rio Branco tão logo perceberam os primeiros sinais de confronto, já com o ato em andamento.
"A gente conseguiu sair tranquilamente quando a PM já chegou reprimindo a manifestação", afirmou ela, que escreveu na barriga a mensagem "Até eu estou na rua! Dilma, a culpa é sua!". Para Mariana, o filho Benício seguirá os passos dos pais: "Ele já vai nascer militante".
O protesto que reuniu pelo menos 10 mil pessoas --segundo estimativa da Polícia Militar-- terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes na Cinelândia. Por volta das 18h30, o Batalhão de Choque foi acionado para dispersar a multidão, e o canhão d'água, equipamento conhecido como "brucutu", chegou ao local por volta das 19h. Segundo a PM, manifestantes mascarados atiraram bombas artesanais no centro e um policial foi ferido na cabeça.
A Polícia Militar informou que 12 suspeitos foram presos e oito foram menores apreendidos. Eles foram levados para a 5ª DP (Gomes Freire). A confusão começou em frente ao Museu Nacional de Belas Artes, na avenida Rio Branco, quando manifestantes começaram a jogar pedras e garrafas nos policiais. Os PMs no local chamaram reforço e reagiram com bombas de gás de pimenta e balas de borracha.
A manifestação, convocada pelas centrais sindicais UGT (União Geral dos Trabalhadores), Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores), foi encerrada pelos organizadores após o início da confusão.
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