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Vaticano diz que protestos no Brasil não são contra papa

Do UOL, em São Paulo *

17/07/2013 09h16

O papa Francisco "tem conhecimento" das manifestações que ocorrem no Brasil, mas, mesmo assim, fará sua viagem ao país com "total serenidade". Foi o que informou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (17).

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"Iremos com total serenidade, sabendo que estas manifestações não têm nada de específico contra o Papa ou contra a Igreja, e tendo total confiança na capacidade das autoridades brasileiras de gerir a situação", relatou Lombardi ao se referir à viagem do pontífice para a Jornada Mundial da Juventude, programada para os dias 23 a 28, no Rio de Janeiro.  

Lombardi descarta ainda a possibilidade de qualquer mudança no cronograma do evento. "Quem vai dizer sobre a possibilidade de mudança são as autoridades brasileiras. Mas, atualmente, não esperamos que haja qualquer inconveniente em particular ", acrescentou ele, que relatou não há previsão de reuniões com os representantes dos protestos, da mesma forma como não estão previstos encontros com as vítimas de pedofilia. "A mensagem do papa é uma mensagem de solidariedade a toda a sociedade, que apela para o bom desenvolvimento e vida pacífica para todos."

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) --responsável pela proteção ao papa no Brasil-- informou ontem que as manifestações de rua são vistas como a maior "fonte de ameaça" à visita do pontífice. As autoridades brasileiras e membros da Igreja Católica no país discutem inclusive a possibilidade de alterar a programação do evento para preservar a comitiva oficial do papa e os fiéis que estarão na cidade.

A principal mudança envolve a solenidade de boas vindas a Francisco, com a presença do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, prevista para as 17h de segunda-feira (22), no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense. Policiais e militares entendem que o prédio não é seguro. Para o mesmo local, está programado encontro reservado do papa com a presidente Dilma Rousseff.

E mesmo diante dos protestos e da preocupação das autoridades brasileiras, o papamóvel que Francisco usará não será blindado, segundo Lombardi. O porta-voz destacou que esta é a primeira vez, nas últimas décadas, que o carro não será blindado, apesar da onda de protestos em todo o país. 

"Ele não usará o papamóvel blindado, como vinha fazendo nos últimos meses em Roma. Mas não sou capaz de fazer uma estatística exata, talvez seja a primeira vez, desde 1981, que o papamóvel não é blindado em uma viagem para fora da Itália", destacou Lombardi. 

Encontro com jornalistas 

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O papa Francisco irá se reunir com cada um dos jornalistas que o acompanharão durante o vôo entre Roma e Rio de Janeiro, na próxima segunda-feira (22). De acordo com Lombardi, o pontífice quis "fazer de maneira diferente o tradicional encontro com jornalistas" dentro do avião.

 

"Ele me disse que gostaria de fazer de maneira diferente o tradicional encontro com os jornalistas no avião: não preparem perguntas ao papa, pois ele encontrará e falará com cada jornalista. Não será uma entrevista, mas sim, um belo encontro amplo e cordial, sem a fórmula de perguntas e respostas", afirmou Lombardi.   (* Com informações de agências internacionais)