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Delegado responsável por caso do Amarildo ouve PMs da UPP da Rocinha

Polícia Civil faz perícia na favela da Rocinha, na zona sul do Rio, para investigar o desaparecimento do pedreiro - Ana Branco/Agência O Globo.
Polícia Civil faz perícia na favela da Rocinha, na zona sul do Rio, para investigar o desaparecimento do pedreiro Imagem: Ana Branco/Agência O Globo.

Da Agência Brasil, no Rio

02/08/2013 13h32

O delegado titular da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, deverá ouvir nesta sexta-feira (2) policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. O delegado, que está no local, também ouvirá amigos e familiares do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde 14 de julho.


Na quinta (1º), o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, esteve na sede da Divisão de Homicídios para acompanhar as investigações a fim de esclarecer o paradeiro do morador da Rocinha. A Polícia Civil informou que não descarta a possibilidade de fazer a reconstituição do caso.

Amarildo desapareceu após ser levado por policiais militares para a UPP da Favela da Rocinha, no dia 14 de julho para uma averiguação após ser confundido com um criminoso.

Governo preocupado

A ministra da SDH (Secretaria de Direitos Humanos) da Presidência da República, Maria do Rosário, disse nesta sexta-feira (2) que o governo está preocupado com o caso. De acordo com Maria do Rosário, deve ser considerada a "hipótese concreta" de que agentes públicos foram responsáveis pelo sumiço de Amarildo.

"A SDH acompanha e tem procurado junto ao governo do Estado que todo empenho seja feito para localização do pedreiro Amarildo. Preocupa-nos a abordagem policial e o posterior desaparecimento. Toda investigação deve ser feita com a hipótese clara, concreta, de que seja uma responsabilidade dos agentes públicos", disse, após participar de cerimônia com atletas paraolímpicos no Palácio do Planalto.

Sangue em carro da PM não é de pedreiro do Caso Amarildo

Segundo ela, o abuso de autoridade e a violência policial é algo com o qual "não podemos mais conviver". "A situação do Amarildo não pode cair numa amplitude tal que tenhamos como resposta dizer que muitas pessoas estão desaparecidas após abordagem policial. A primeira suspeição que todos devemos ter é de responsabilidade pública nesse desaparecimento", afirmou.

GPS desligado

O carro da Polícia Militar que levou o ajudante de pedreiro não estava sendo monitorado porque o GPS (Sistema de Posicionamento Global) estava desligado, segundo a Polícia Civil. Na quinta-feira (1º), o Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense da Academia de Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o sangue encontrado na viatura da UPP da Rocinha, não era de Amarildo.

As investigações da Polícia Civil já apontaram que as câmeras que monitoram a movimentação na entrada e na saída da sede da UPP da Rocinha quebraram no dia em que o ajudante de pedreiro foi levado até lá.