Turbulência em voo da TAM poderia ter sido prevista, diz meteorologista
A turbulência que atingiu o voo JJ 8065 da TAM deixando 12 passageiros e três tripulantes feridos poderia ter sido prevista, diz o coordenador do Lapis (Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite) da Universidade Federal em Alagoas, Humberto Barbosa.
Áreas em vermelho mostram zona de convergência intertropical ativa no momento em que avião da TAM passou próximo à linha do equador, nesta madrugada. Segundo os dados, havia vento fortes no local
De acordo com relato de testemunhas, muitos dos ocupantes da aeronave estavam sem os cintos de segurança no momento da turbulência, que teria ocorrido no momento em que a aeronave cruzava a linha do Equad. O avião fazia o trajeto Madri-São Paulo [com 168 passageiros e 16 tribulantes à bordo] e precisou fazer um pouso de emergência, na madrugada desta segunda-feira (2), no aeroporto de Fortaleza.
Segundo Barbosa, a zona de convergência intertropical estava muito ativa nesta madrugada. A zona é a região sobre o oceano Atlântico onde se encontram os ventos alísios de nordeste e sudeste. Nesta madrugada, ela se apresentava como uma faixa de nuvens com "grande desenvolvimento vertical".
“Qualquer lugar que o voo Madri-SP passasse sofreria turbulência. Toda a região do Atlântico estava muito intensa na madrugada. Está claro que foi essa atividade que provocou toda turbulência. Tenho 100% de certeza”, disse.
Barbosa garantiu que o piloto poderia, sim, prever que encontraria turbulência e alertar os passageiros.
“Olhando as imagens de satélites, estava claro que ela estava intensa. A madrugada é o horário em que ela ainda está mais intensa", completou o coordenador.
“Condição de voo bem anormal”
Já o comandante e ex-diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, disse ter "absoluta convicção” que a tripulação foi pega de surpresa nesta madrugada, e por isso não teria alertado os passageiros.
“É uma condição de voo bem anormal. Foi a turbulência de céu claro, como chamamos, que se forma na atmosfera de forma não perceptível”, disse.
Segundo o comandante, não existem instrumentos ao dispor dos pilotos para mostrar as áreas como as enfrentadas pelo piloto da TAM nesta madrugada.
“Se houvesse, eles não seriam pegos de surpresa. O radar faz leitura de camadas presentes, de elementos que podem ser vistos, não dessas situações”, explicou.
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