De "perfil conciliador", coronel agredido por black blocs está "abalado", diz porta-voz da PM
O coronel da Polícia Militar de São Paulo agredido e ferido por black blocs nessa sexta-feira (25), Reynaldo Simões Rossi, tem perfil conciliador e “provavelmente” buscava o diálogo com os manifestantes. A opinião é porta-voz da PM, major Mauro Lopes, em entrevista na capital paulista neste sábado (26).
Vídeo mostra coronel da PM sendo agredido por mascarados
De acordo com o major, o coronel, socorrido ontem no Hospital das Clínicas, já está em casa e se recupera bem, apesar de estar um pouco abalado. “Foi um ataque covarde”, disse Lopes. “A PM defende o direito de manifestação. Nós já mudamos esse país de cara limpa, mas quem vai de rosto coberto não tem boas intenções”, acrescentou. “Não se esperava uma agressão tão covarde”, definiu.
Mais cedo, em nota, a PM se manifestou também institucionalmente contra a agressão a Rossi, que comanda o policiamento na região central da cidade, e classificou o ataque como “covarde”.
Apontado como autor das agressões ao policial, o comerciário Paulo Henrique Santiago dos Santos, de 22 anos, foi preso neste sábado. Ele foi encaminhado ao 1º Distrito Policial e, na próxima semana, será transferido para o Centro de Detenção Provisória do Belém, na zona leste. Rafael Martins Matar, também suspeito de ter participado da agressão ao coronel, será investigado.
O coronel teve a clavícula quebrada e escoriações no rosto e na cabeça. Ao todo, 92 pessoas que participaram da manifestação de ontem foram detidas e levadas a quatro distritos policiais. Continuam presas sete pessoas, todas autuadas em flagrante por associação criminosa e arremesso de explosivos. Além disso, mais três menores de idade foram apreendidos para a Fundação Casa.
Segundo cruzamento de dados feitos pelas polícias civil e militar, dos 92 detidos, pelo menos 30 já haviam participado antes de manifestações. “Esses indivíduos vão se complicando cada vez mais”, disse Domingos Paulo Neto, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
Protesto por tarifa zero em SP acaba com terminal depredado
Os responsáveis por vandalismos e depredações estão sendo identificados e as informações direcionadas para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde existe um inquérito por associação criminosa que busca individualizar condutas dos suspeitos. Uma Força Tarefa da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Ministério Público acompanha o trabalho do Deic. “As polícias estão cansadas de serem prejudicadas por uma minoria que se aproveita de manifestações legitimas”, disse o major.
O protesto de ontem, organizado pelo Movimento Passe Livre, teve confronto entre manifestantes e policiais. Foram depredados bancos, ônibus, caixas eletrônicos e instalações do terminal de ônibus Dom Pedro II, além do prédio da subprefeitura da Sé. (* Com Agência Brasil)
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