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"Foi a minha vez", diz coronel da PM ferido por black blocs em SP

Policial à paisana (empunhando arma) resgata o coronel da PM Reynaldo Rossi de ataque de manifestantes, durante confronto no terminal Dom Pedro, no centro de São Paulo. Rossi teve a arma roubada no ataque, ocorrido durante protesto do Movimento Passe Livre por tarifa zero - Inacio Teixeira/Reuters
Policial à paisana (empunhando arma) resgata o coronel da PM Reynaldo Rossi de ataque de manifestantes, durante confronto no terminal Dom Pedro, no centro de São Paulo. Rossi teve a arma roubada no ataque, ocorrido durante protesto do Movimento Passe Livre por tarifa zero Imagem: Inacio Teixeira/Reuters

Do UOL, em São Paulo

26/10/2013 20h05Atualizada em 26/10/2013 22h20

O coronel da Polícia Militar Reynaldo Rossi Simões, comandante do policiamento na região central da cidade de São Paulo, disse em entrevista neste sábado (26) que grupos como os black blocs “não têm propósitos legais e interesses legítimos para se fazerem presentes” nas manifestações civis. “Ocasionalmente, foi a minha vez”, afirmou, ele que foi agredido e ferido por integrantes do movimento, nessa sexta (25), no centro da capital.

Coronel fala sobre agressão sofrida de black bloc; assista

Concedida ao Jornal da Band, a declaração de Simões é a primeira entrevista do policial após o protesto de ontem, quando, ao ser atingido elos black blocs juntamente com um soldado da PM, seu auxiliar, teve a clavícula quebrada e escoriações no rosto e na cabeça.

O policial defendeu que a avaliação de ações como as dos black blocs seja mais rígida.

“Temos sido rigorosos com eventuais excessos, e entendo que chegou a hora de se discutirem, inclusive, instrumentos legais específicos em face desse novo contexto e das participações desses grupos, que não têm interesses legítimos e propósitos legais para se fazerem presentes”, avaliou.

Protesto por tarifa zero em SP acaba com terminal depredado

Em outra entrevista neste sábado, concedida ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o coronel afirmou que teve as duas omoplatas fraturadas, além de lesões nas pernas, no abdômen e na cabeça.

“Fomos surpreendidos por um grupo de vândalos e criminosos que passaram a agredir a mim e ao meu policial”, afirmou o policial, segundo o qual outros 60 policiais ficaram feridos durante a manifestação.

Conhecido por exercer a função de interlocutor e mediador, nos protestos, o coronel definiu: "Presumo que exista uma minoria que não quer interlocução, negociação, mas existe uma maioria que, em conjunto com a PM, poderia coibir a invasão desses criminosos nessas manifestações legítimas", sugeriu.

Vídeo mostra coronel da PM sendo agredido por mascarados

Mais cedo, a Polícia Militar paulista classificara como covarde a ação de integrantes dos black blocs que deixou ferido o coronel. Ao todo, 92 pessoas foram detidas.

Em nota, a instituição informou que desde o início da manifestação chamada pelo MPL (Movimento Passe Livre), na região central, já havia percebido a presença de black blocs "que gritavam palavras de ordem contra a PM, bem como tentavam provocar os PMs a alguma reação violenta para fins midiáticos."

Paulo Henrique Santiago dos Santos, 24, comerciário--  apontado como agressor do coronel --, foi indiciado  por tentativa de homicídio,  formação de quadrilha, roubo e lesão corporal.

Ele está preso no  2º DP (Bom Retiro) e será levado para do CDP (Centro de Detenção Provisória) do Belém, zona leste de São Paulo.