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Prefeitura de SP quer incluir 400 novas vias no rodízio municipal

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

09/01/2014 10h28Atualizada em 09/01/2014 14h48

A Prefeitura de São Paulo pretende incluir cerca de 400 novas vias, correspondendo a 371 km, no esquema de rodízio municipal de veículos. A previsão é que a medida comece a vigorar entre março e abril deste ano.

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  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/01/09/o-que-voce-acha-da-ampliacao-do-rodizio-em-sao-paulo.js

A proposta foi apresentada nesta quinta-feira (9) pelo secretário municipal de Transportes e presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Jilmar Tatto.

A ideia ainda será discutida pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transporte da cidade de São Paulo no próximo dia 15 de janeiro.

“Todos nós sabemos que essas são medidas paliativas. O que é preciso é investir em transporte público”, disse Tatto ao apresentar o projeto.

De acordo com a proposta, o rodízio seria expandido para diversas grandes avenidas que fazem ligação entre bairros. O novo modelo permite que o motorista cruze as vias com restrição sem ser multado.

Os horários de restrição -- das 7h às 10h e das 17h às 20h -- seriam mantidos, assim como a regra das placas -- cada veículo fica impedido de circular um dia por semana nos horários de pico.

Centro expandido da cidade de São Paulo

  • Arte UOL

    Mapa mostra a atual área de restrição a veículos na capital paulista

Seriam incluídas no rodízio vias como: as avenidas Aricanduva e Radial Leste, na zona leste; as avenidas Professor Francisco Morato, Eliseu de Almeida e Escola Politécnica, na zona oeste; as avenidas Braz Leme, Engenheiro Caetano Álvares e Inajar de Souza, na zona norte; e as avenidas João Dias, Interlagos e Washington Luís, na zona sul.

Com as mudanças, a prefeitura espera aumentar em 8,5% a velocidade média em São Paulo no horário de pico da manhã, que passaria dos atuais 18,9 km/h para 20,5 km/h.

Atualmente, a restrição à circulação de veículos vigora no chamado centro expandido, que engloba uma área de 150 quilômetros quadrados. A região é delimitada pelas marginais Tietê e Pinheiros, avenidas dos Bandeirantes e Afonso D'Escragnole Taunay, complexo viário Maria Maluf, avenidas Tancredo Neves e Juntas Provisórias, viaduto Grande São Paulo e avenidas Luís Inácio de Anhaia Melo e Salim Farah Maluf.

Estudo

A proposta apresentada pela prefeitura tem como base um estudo realizado pela CET no primeiro semestre do ano passado. A companhia analisou diversas ideias, como aumentar a quantidade de placas com restrição por dia, acabar com o rodízio ou ampliá-lo para toda a cidade.

"[A proposta] que mais se adequou à cidade, que mais trouxe conforto ao motorista de carro foi a ampliação do rodízio para as grandes avenidas [...] permitindo que o motorista possa transitar de um bairro para o outro sem ter a restrição do rodízio", afirmou Tatto.

Segundo o secretário, a ideia de ampliar o rodízio para toda a cidade foi descartada porque traria mais prejuízos que benefícios ao motorista. "Ampliar o rodízio para a cidade toda restringe de tal forma que aumenta o desconforto do motorista", falou.

O secretário disse ainda que a medida pretende amenizar o problema da lentidão no trânsito da cidade. Em novembro do ano passado, a CET registrou um congestionamento recorde de 309 km, o maior da história. Tatto reconheceu que a proposta tem prazo de validade.

"Nós sabemos que esta medida daqui a cinco a dez anos terá um efeito muito pequeno. A solução é evitar o uso do carro e o investimento em transporte público", diz. 

 

Desrespeitar o rodízio implica em infração de trânsito de nível médio. A multa aplicada é de R$ 85,13 e há acréscimo de quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Transporte individual

 
A ideia apresentada pela prefeitura de ampliação do rodízio pretende beneficiar quem utiliza o carro para circular pela cidade. A proposta é a primeira da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) que desvia o foco do transporte coletivo, tema eleito como uma das prioridades de seu governo.
 
Ao longo de 2013, a prefeitura implantou quase 300 km de faixas exclusivas de ônibus em diversas vias da capital, restringindo a circulação inclusive dos taxistas, que criticaram a medida.    
 
Em novembro do ano passado, o prefeito anunciou que as obras de construção de 150 km de corredores exclusivos para ônibus começaria no primeiro trimestre deste ano. A construção desses espaços foi uma das principais promessas de campanha de Haddad.
 
Na última quarta-feira (8), o TCM (Tribunal de Contas do Município) suspendeu a licitação do projeto, que havia sido lançada em julho, e deu um prazo de 15 dias para a prefeitura dar explicações. 
 
Tatto informou nesta quinta-feira que a prefeitura pretende enviar ao TCM até a próxima terça-feira (14) todas as informações solicitadas pelo tribunal.
 
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