Polícia prende suplente de deputado por suspeita de participação em fraude milionária na Caixa
A Polícia Federal deteve no fim da tarde deste sábado (18), no Maranhão, o suplente de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto. Ele é suspeito de fazer parte do esquema que desviou cerca de R$ 73 milhões da Caixa Econômica Federal no fim de 2013. O crime é tratado como a maior fraude já sofrida pela instituição.
Carvalho Neto concorreu às eleições em 2010 pelo PMDB do Maranhão, mas se desfiliou em outubro de 2011, de acordo com o partido.
Segundo o delegado federal Omar Pepow, o suplente foi detido entre as cidades de Carolina e Estreito, na região sul do Estado. Neto foi levado para Araguaína (TO), onde deve prestar depoimento ainda hoje.
Pepow afirmou à Agência Brasil que ao investigar a fraude denunciada pelo próprio banco estatal, a PF encontrou indícios de que Neto forneceu uma conta de luz de uma ex-empregada para que integrantes do esquema abrissem uma conta corrente em uma agência da Caixa de Tocantinópolis (TO).
Pouco tempo depois, cerca de R$ 73 milhões foram depositados nessa conta como se fossem o pagamento de um prêmio da Mega Sena que nunca existiu. Por fim, o dinheiro foi transferido para várias contas.
Durante as investigações, a PF prendeu o ex-gerente-geral da agência de Tocantinópolis Robson Pereira do Nascimento.
De acordo com o delegado federal, há gravações de conversas telefônicas, obtidas com autorização judicial, em que o ex-gerente, pouco antes de ser preso, pede ajuda a Neto para se defender, demonstrando já ter conhecimento de que a PF investigava o assunto e identificara alguns dos envolvidos no esquema.
Segundo a PF, aproximadamente 70% do total desviado foram recuperados. As investigações continuam. Quatro pessoas estão sendo procuradas. Além de cinco mandados de prisão preventiva, a Justiça expediu dez mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva a serem cumpridos em Goiás, Maranhão e São Paulo.
Ao todo, 65 policiais federais do Tocantins, de Goiás, do Maranhão e de São Paulo participam da operação, que recebeu o nome de Éskhara e conta com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).
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