Restabelecimento total de sistema de trens no Rio deve ser feito na quinta

O presidente da Supervia, Carlos José Cunha, afirmou no final da tarde desta quarta-feira (22) que a previsão da concessionária é de que todas as linhas do sistema de trens do Rio de Janeiro voltem a funcionar com capacidade parcial a partir das 18h. O restabelecimento total do funcionamento dos trens, no entanto, deverá ocorrer apenas na quinta (23), segundo Cunha.

"Foi um acidente de repercussão muito grande na linha, e isso leva a uma necessidade maior para reparar os estragos. Fizemos isso por partes, a parte mais simples pela manhã e o resto agora à tarde", respondeu o presidente, ao ser perguntado sobre os motivos da demora de mais de dez horas para restabelecer o funcionamento dos trens.

A SuperVia informou que a circulação dos ramais Saracuruna e Belford Roxo foi normalizada às 16h, e que os trens estão saindo a cada 15 minutos da estação Central do Brasil. A volta da circulação acontece quase 11 horas após o descarrilamento que prejudicou o sistema durante todo o dia.

Para minimizar os transtornos na estação Central do Brasil, no centro da cidade, foram disponibilizados em frente ao local diversos ônibus que levarão passageiros para a estação São Francisco Xavier, na Tijuca, na zona norte da cidade, que tem ligação com os ramais de Santa Cruz, Japeri e Deodoro.

A operação especial foi montada em parceria com a Secretaria Municipal de Transportes. "Vamos oferecer quantos ônibus forem necessários para diminuir os impactos aqui", informou o secretário Carlos Osório, que ajudava na organização das filas de entrada nos coletivos. A operação teve início às 16h e, segundo o Osório, só terá fim quando o último usuário for atendido.

De acordo com o secretário, a interrupção causada pelo descarrilamento provocou impactos no trânsito de toda a cidade por conta do maior contingente de veículos particulares nas ruas e da oferta de 100% da frota de ônibus.

Multa

O presidente da Supervia classificou a multa aplicada pela Agetransp como "prematura". "Acho ainda prematura. O laudo ainda não saiu e as causas não estão claras. Temos a manutenção dos trens em dia”, declarou. “Mas cabe à Agetransp fiscalizar. Vamos avaliar se entraremos com um recurso."

Sobre o acidente, Cunha disse que "esses fatos sempre trazem aprendizados". "Temos uma obrigação de rever todos os procedimentos", afirmou.