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Partidos citados em depoimento negam financiar manifestantes

Manifestante ergue bandeira em frente a barreira de PMs durante protesto contra aumento das passagens de ônibus na segunda (10) - Fábio Teixeira/UOL
Manifestante ergue bandeira em frente a barreira de PMs durante protesto contra aumento das passagens de ônibus na segunda (10) Imagem: Fábio Teixeira/UOL

Maria Luisa

Do UOL, no Rio

13/02/2014 14h53Atualizada em 13/02/2014 22h08

Os dois partidos políticos citados no depoimento de Caio Silva de Souza, 22, acusado de ter acendido o rojão que causou a morte do cinegrafista da “TV Bandeirantes” Santiago Andrade, negam ser os financiadores das manifestações que vêm acontecendo nas ruas do Rio de Janeiro desde junho do ano passado.

Conforme noticiou o jornal “Extra”, Caio contou em depoimento que acredita que os partidos que levam bandeira são os mesmos que pagam os manifestantes. À polícia, já no final do depoimento de duas páginas, ele afirmou ainda que já viu as bandeiras do PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular) e estes seriam os financiadores.

No mesmo depoimento, Caio diz que já foi convidado para participar de forma remunerada dos protestos. Segundo ele, pessoas aparecem no meio da manifestação e dizem “se você tiver com dificuldade financeira de voltar na próxima manifestação, nós pagamos o dinheiro da passagem”. Além do dinheiro da passagem, também seriam oferecidos lanches e quentinhas.

Deputado estadual pelo PSOL, Marcelo Freixo reafirmou que seu partido não tem ligação com nenhum dos dois jovens presos por envolvimento na morte do cinegrafista da Band e que repudia qualquer ato violento.

“Para quem não sabe, nós do PSOL vamos às ruas com camisetas com a seguinte inscrição: ‘Tô na rua por um ideal. Não recebo um real’. Apoiamos apenas manifestações pacíficas”, disse. “Nada de violência, quebra-quebra. Se tem algum partido que paga os manifestantes para protestar, este partido não é o PSOL.”

Vereador do mesmo partido, o médico Paulo Pinheiro disse que desconhece qualquer auxílio do seu partido aos black blocs. “O que eu posso dizer é que eu nunca doei nada a manifestante nenhum, mas a regional do partido é quem deve se manifestar”, limitou-se a dizer.

O partido divulgou nota na qual chama as acusações de "levianas". "Os responsáveis por tais acusações serão devidamente processados", diz o texto, ressaltando que o PSOL não defende a violência nas manifestações e nunca teve contato com os dois suspeitos pela morte de Santiago.

"O Partido, consternado com a morte do cinegrafista, transmite irrestrita solidariedade à família, amigos, colegas de trabalho e profissão de Santiago Ilídio de Andrade, exigindo uma investigação séria que responsabilize todos os envolvidos", continua o texto. "A denúncia sobre possíveis financiamentos de militantes não constitui prática do partido e exigimos que seja investigada."

Em nota enviada nesta quinta-feira (13), o PSTU também negou ter “qualquer ligação com o Black Bloc”. No documento, há ainda um pedido de que seja investigado quem financia a defesa dos dois jovens já presos.

“Não temos nenhuma relação com os rapazes acusados de acender o rojão que vitimou o cinegrafista. Nas manifestações do ano passado, o PSTU foi o único partido de esquerda a contestar e discordar publicamente dos métodos empregados por estes setores do movimento social. Exigimos que se apure a denúncia de financiamento desses jovens”, diz o texto. “Se eles receberam dinheiro para agirem como provocadores, exigimos que se diga quem os financiou. Não só quem financiou esses jovens, mas quem financia a defesa da dupla acusado-delator.”

Veja as últimas imagens feitas por cinegrafista da Band

Até o início da tarde desta quinta-feira (13), o PSOL e a Frente Independente Popular ainda não haviam emitido nota oficial.