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Em depoimento sobre caso Amarildo, PMs dizem ter ouvido gritos de tortura

Akemi Nitahara

Da Agência Brasil, do Rio

12/03/2014 23h10

Os três soldados da Polícia Militar que prestaram depoimento nesta quarta-feira (12) na audiência de instrução do caso de desaparecimento do auxiliar de pedreiro Amarildo da Silva, no dia 14 de julho do ano passado, disseram ter recebido ordens para ficar no contêiner de apoio da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha e ouviram gritos e murmúrios por cerca de 40 minutos, originados do contêiner principal.


A audiência durou em torno de sete horas, durante as quais a juíza Daniella Alvarez, da 35ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, ouviu os depoimentos das três testemunhas de acusação e dispensou outras três.

O primeiro a depor foi o soldado Alan Jardim, que falou por três horas e 45 minutos. A soldado Dezia Juliana da Costa prestou depoimento por duas horas e a última a ser ouvida, a soldado Carolina Martins, depôs por uma hora e 40 minutos.

 

  • Baseado em investigações da Polícia Civil e do Gaeco, o Ministério Público ofereceu denúncia à Justiça na qual acusa 25 PMs de participação no desaparecimento de Amarildo e descreve o que aconteceu com ele na noite em que foi morto

Das 20 testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público, a juíza dispensou hoje a policial civi Alik Rachel Amorim, o major PM Fábio Alexandre e a inspetora da Polícia Civil Alessandra Vale. A imprensa não foi autorizada a acompanhar a sessão, e as informações foram repassadas pela assessoria do tribunal. A juíza ainda não marcou a data da próxima audiência.

Na primeira audiência, no dia 20 de fevereiro, foram ouvidos o delegado Rivaldo Barbosa, diretor da Divisão de Homicídios, a delegada Ellen Souto e o inspetor de polícia Rafael Rangel.