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Ataques são 'orquestrados' e UPPs estão em alerta máximo, diz coronel da PM

Do UOL, no Rio

21/03/2014 13h22Atualizada em 21/03/2014 15h27

O coronel Frederico Caldas, comandante geral das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no Rio de Janeiro, afirmou nesta sexta-feira (21) que os ataques às bases da polícia nas comunidades ocorridos na noite de quinta-feira (20) foram "orquestrados" e que todas as unidades estão em "alerta máximo". "Mobilizamos um esquema de alerta máximo nas UPPs, Todos os comandantes foram para as bases", disse, em entrevista ao canal "GloboNews".

“Há uma conexão entre os episódios [ataques de ontem às UPPs de Manguinhos e Camarista-Méier]. Até então nunca tivemos um evento tão extremo. O que aconteceu ontem naquela região foi orquestrado”, afirmou.

Para o coronel, houve “uma conexão entre o que aconteceu” nas diferentes comunidades. Caldas também defendeu a presença de tropas federais para ajudar a polícia no Rio. Hoje o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, embarcaram para Brasília, onde requisitaram auxílio à presidente Dilma Rousseff (PT). “Essa ajuda [Guarda Nacional] vai ser muito bem-vinda”, afirmou.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os detalhes da cooperação não serão adiantados, mas haverá uma reunião na próxima segunda-feira (24), às 10h, entre autoridades de segurança do Rio e do governo federal. "Governo federal e governo do Estado do Rio de Janeiro são mais fortes juntos do que o crime organizado", disse.

"É evidente que vocês têm uma ansiedade natural em saber quais são as medidas, quando serão tomadas e os detalhes e eu tenho, mais uma vez, que responder que em questões de segurança pública não se comenta, não se revela, só após as medidas serem tomadas", afirmou Cardozo.

O governador também atribuiu a série de ataques a uma ação deliberada das facções criminosas para desestabilizar o programa de pacificação, principal medida no Estado na área de segurança pública, e disse que já estavam sendo monitorados.

Manguinhos

Quatro escolas municipais, duas creches e um EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil) estão sem atendimento nesta sexta-feira na região da favela de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, por conta dos ataques que a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da comunidade sofreu na noite de quinta (20).

Mapa das UPPs no Rio: clique na imagem para ver em tamanho maior

  • Arte/UOL

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as unidades atendem 3.993 alunos, e o conteúdo perdido será reposto. Parte da comunidade segue com o fornecimento de energia interrompido após criminosos atearem fogo na base da UPP.

Capitão é segundo oficial baleado no mês

Ataques de criminosos a policiais e sedes de UPPs têm se tornado cada vez mais frequentes. Toledo foi o segundo oficial de UPP baleado neste mês. No dia 13, o subcomandante da UPP da Vila Cruzeiro, Leidson Alves, de 27 anos, morreu baleado na testa, no Parque Proletário, na Penha (zona norte). Desde que as UPPs começaram a ser implantadas, em 2008, 11 policiais que atuavam nessas unidades foram mortos.